Opinião

Kalil diz que Bolsonaro errou ao avaliar tragédia na Amazônia por achismos

Prefeito de Belo Horizonte afirmou, ainda, que é necessária uma resposta rápida aos países europeus

Por Raquel Penaforte e Wallace Graciano
Publicado em 24 de agosto de 2019 | 12:07
 
 
 
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Os incêndios que assolam a Floresta Amazônica tomaram conta do noticiário. Não à toa, diversas esferas, tanto nacionais, quanto internacionais, opinaram e pediram ações emergenciais sobre o tema. E o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), não fugiu à tônica. Durante a inauguração das obras de revitalização do Campo do Cigano, em Venda Nova, o chefe do executivo municipal avaliou que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) errou ao dar entrevistas com tom de “achismo” em vez de recorrer ao seu sistema de inteligência, o que aprofundou a crise.

“Entendo que o problema da Amazônia foi aumentado pelas entrevistas do presidente da República. Aquele é um assunto sério, de gabinete, que tem que ser tratado com Exército, com a Polícia Federal, e com menos achismos. Quem tem um serviço de inteligência à disposição sabe o que aconteceu. A prefeitura (de Belo Horizonte), que é muito menor, quando acontece algo desse vulto, eu sei onde e como aconteceu”, afirmou Kalil.

Ao ser questionado se entende que Bolsonaro foi irresponsável durante suas declarações, o prefeito utilizou sua ironia peculiar para se esquivar de polêmicas.

“Cheguei de Brasília quinta-feira querendo dinheiro. Você acha que vou chegar e chamar o presidente da república de irresponsável?”, completou Kalil.

O prefeito da capital aproveitou para elogiar a conduta europeia em relação ao tema do meio ambiente. Segundo ele, é o momento de se fazer mais dar uma resposta aos países do “velho mundo”.

“Acho que não houve avaliação comercial correta desse assunto. Nós, brasileiros, não sabemos do tamanho desse assunto no exterior. Eu, como empresário, fiz um consórcio da Mercedez Benz em Juiz de Fora. Quando a gente tinha que derrubar uma árvore, vinha um técnico da Alemanha para autorizar. É só esse o cuidado que os europeus têm com o meio ambiente. Eu conheço de perto. É o momento de se falar menos, de colocar o Exército para trabalhar, para se dar uma resposta para o exterior. O Brasil não é um país rico, é um país de terceiro mundo e precisa de dinheiro de Alemanha e Noruega, sim. Se não quiserem, pode mandar para a Prefeitura de Belo Horizonte, que nós queremos”, concluiu.

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