Candidato ao Senado, o vereador de Belo Horizonte Bruno Miranda (PDT) foi sabatinado, nesta quarta-feira (3), pelo Café com Política, do programa Super N 1ª Edição, da Rádio Super 91,7 FM. Lançado na corrida como palanque do candidato à presidência Ciro Gomes (PDT), Miranda, além de falar sobre o presidenciável, garantiu que a candidatura independe da postulação do deputado federal Aécio Neves (PSDB), criticou o governo Romeu Zema (Novo) e fez ressalvas às divergências ideológicas entre PDT e PSDB, aliados na chapa encabeçada por Marcus Pestana (PSDB) ao governo de Minas.
Leia abaixo a entrevista de Miranda na íntegra.
Rádio Super 91,7 FM - A sua candidatura foi sacramentada muito recentemente. Como é que se desenrolou essa candidatura do senhor, que, em um primeiro momento, não vinha sendo tão badalada assim e, agora, está colocada. É uma preocupação de que haja um palanque para o candidato à presidência Ciro Gomes (PDT)?
Bruno Miranda - “Bom, esse é o objetivo principal do PDT em Minas Gerais, liderado pelo presidente, deputado Mário Heringer. É importante colocar que eu estou filiado ao PDT desde os meus 16 anos. Eu já tive a oportunidade de ser vice-presidente do PDT de Belo Horizonte quando o presidente era o então deputado Sérgio Miranda, grande figura. E estou presidente da Executiva municipal do PDT. Então, eu tenho uma história no partido. O deputado Mário junto ao presidente Lupi me procuraram há duas ou três semanas atrás, com o foco sempre em viabilizar e melhorar o espaço do Ciro em Minas Gerais - o nosso objetivo sempre foi esse - me convidando a enfrentar esse desafio em um momento tão importante para a nossa democracia, de tanta polarização, de tanta intolerância política. Encaro isso como um desafio, talvez o maior da minha vida, mas encaro com muita responsabilidade e gratidão pela confiança, já que estou no partido há este tempo todo e tive tanto do deputado Mário quanto do presidente e do próprio Ciro a confiança necessária para que a gente possa enfrentar esse debate com os outros candidatos e levar a proposta do PDT, do projeto nacional do desenvolvimento, do projeto mineiro de desenvolvimento sustentável para Minas Gerais dialogando com todos os candidatos.”
Na chapa do candidato Marcus Pestana (PSDB), aparece ainda a indefinição entre o nome do senhor e o nome do Aécio Neves (PSDB) como candidato ao Senado. Como tem sido essas conversas? O que tem sido discutido por vocês? Como é disputar um posto deste com Aécio que, embora seja criticado, é ainda um nome muito forte na política?
“O Aécio tem obviamente toda a legitimidade de postular a candidatura a senador, a deputado, enfim, (uma vez que) foi governador do Estado por dois mandatos. O PSDB vai definir o futuro do PSDB na sexta-feira (5). O futuro do PDT está definido. No sábado (30), nós fizemos a convenção e o nome do vereador Bruno Miranda foi referendado pelos convencionais. Então, assim, o momento é de aguardar a convenção do PSDB. Existe uma sinalização muito forte de que o PSDB irá compor conosco com a nossa candidatura ao Senado, mas obviamente temos que respeitar o tempo e a definição do PSDB. O Pestana esteve na nossa convenção e, mais uma vez, de forma muito respeitosa, referendou o apoio a Ciro. A gente está aguardando a convenção do PSDB, o que é natural, e naquele momento o Aécio deve se definir e o PSDB anunciar oficialmente os rumos do ex-governador.”
Essa união entre PSDB e PDT está em vias de acontecer. Ainda falta a convenção da federação PSDB-Cidadania na sexta, como o senhor destacou. Mas, ao mesmo tempo, nós temos a hipótese de uma eventual candidatura do deputado federal Aécio Neves (PSDB) ao Senado. Se o PSDB optar por essa candidatura, o PDT sairia da chapa com Marcus Pestana para que o senhor permanecesse como candidato e desse o palanque a Ciro?
“Nós estamos trabalhando com a possibilidade de ter um palanque para o Ciro em Minas Gerais. O palanque do Ciro é o palanque do PDT. Obviamente se nós tivermos o PSDB conosco, vai ser uma alegria importante para que a gente tenha ainda mais visibilidade, mas a nossa candidatura independe do PSDB.”
Seria uma candidatura avulsa mesmo com a composição majoritária ou o PDT deixaria o PSDB?
“Aí é uma situação que a gente precisa conversar com a direção do partido aqui (em Minas) e com a direção nacional, mas a candidatura do PDT ao Senado é uma candidatura que está posta.”
Do ponto de vista nacional, a terceira via ainda não conseguiu emplacar, inclusive o nome do Ciro. As pesquisas mostram que a população está realmente dividida entre Lula e Bolsonaro. Por que não emplacou a terceira via? Ainda há tempo, politicamente falando, para que a terceira via chegue com a força que precisa?
“Existe um trabalho sendo feito de forma deliberada pelos dois polos que disputam hoje a política no Brasil de forma majoritária, vamos dizer assim. Nós temos, de um lado, Bolsonaro e de outro Lula. Ambos se retroalimentam. Ambos tentam passar para a população brasileira que não há outra opção. Então, nós temos que desconstruir isso. Eu acho que existe inteligência para os dois polos. Eu digo que o brasileiro não pode perder a oportunidade de conhecer Ciro. Pode até não votar nele, mas não pode deixar de conhecer a história e o trabalho que esse homem já prestou para a sociedade. É uma pessoa experimentada, inteligente, preparada e tem um projeto de país muito bem fundamentado e estruturado em um projeto nacional de desenvolvimento. Por que não conhecê-lo? Eu acredito muito, diante da polarização, da intolerância que todos estamos vivendo, de famílias em que um não consegue almoçar do lado do outro sem brigar por conta de política, que quando as pessoas pararem para pensar ‘poxa, vamos ver as outras possibilidades, vamos conhecer os outros candidatos’, não só o Ciro, mas outros, e, quando conhecerem o Ciro, as propostas e a história, pode ser um diferencial. A gente costuma dizer na política o seguinte: eleição e mineração, só depois da apuração. Então, a gente vai com muita humildade até o final, acreditando sempre que é muito possível que a sociedade acorde: ‘Poxa, nós temos outra possibilidade para além de Lula e Bolsonaro.’ Um país do tamanho do Brasil e da complexidade do Brasil não pode ficar preso em somente duas possibilidades. É nessa linha que a gente vai levar (o debate para o Estado). É para isso também que a gente está disputando o Senado aqui em Minas Gerais.”
As últimas pesquisas DATATEMPO mostram que no cenário espontâneo a corrida ao Senado está absolutamente aberta. No estimulado, não, inclusive a gente tem até a figura do deputado federal Aécio Neves (PSDB) liderando, seguido pelo deputado estadual Cleitinho (PSC), ontem ungido como o candidato de Bolsonaro. Com este cenário, como o senhor pretende fazer para, primeiro, se tornar mais conhecido, e, segundo, para se diferenciar dos nomes que estão colocados até aqui e se apresentando há mais tempo?
“É um desafio, mas quando a gente tem trabalho prestado fica um pouco mais fácil. (...) Eu sempre fui um político mais de articulação e com certa discrição. Eu não sou aquele cara de ficar em rede social esbravejando, mas eu estive, com 33 anos, na Secretaria de Esporte (da Prefeitura de Belo Horizonte) na gestão do ex-prefeito Marcio Lacerda. Eu tive a oportunidade de colocar quase 300 academias a céu aberto espalhadas pela cidade, reocupando junto às regionais espaços ociosos, que estavam invadidos, degradados ou ocupados de forma desordenada com lixo e entulho. A gente reocupou, requalificou e colocou espaços para democratizar o acesso ao esporte. Então, a gente tem serviços prestados na cidade com uma secretaria com um orçamento enxuto. Quando o prefeito Alexandre Kalil (PSD) me chamou para ser secretário-adjunto de Desenvolvimento Econômico, nós implantamos dentro do BH Resolve uma sala para atender ao empreendedor de Belo Horizonte, com mais de 15 mil atendimentos por mês ao pequeno empreendedor. A gente tem o que mostrar. Claro, nós vamos precisar da nossa chapa de deputados - nós temos mais de cem candidatos a deputado federal e estadual -, que tem capilaridade em todo o estado, para levar a candidatura do Bruno Miranda para o Norte, para o Sul, para o Centro-Oeste, para a Região Metropolitana e para a Zona da Mata. Então, nós vamos utilizar os nossos companheiros do partido, a nossa estrutura e, obviamente, quem mais quiser somar conosco para que a gente consiga dar visibilidade às nossas ideias, ao nosso nome e à nossa trajetória, que é de bom trabalho prestado para a cidade de Belo Horizonte e, quem sabe, se Deus assim permitir, para o Estado de Minas.”
O senhor se refere ao fato de ser um político mais de bastidores e não de ficar esbravejando nas redes sociais, mas a gente está em um momento em que a rede social está cada vez mais presente na política. A última eleição já nos mostrou isso e, agora, sabemos também que chegam também com força total. Nós temos candidatos, inclusive ao Senado, como o deputado Cleitinho (PSC), que é colocado por muito, às vezes criticado, às vezes elogiado, como um político “populista” e com a base nas redes sociais. Não está na hora de buscar também apoio nas redes sociais para ser mais conhecido?
“A gente precisa respeitar todos os perfis políticos. Embora eu tenha o perfil diferente do Cleitinho, obviamente eu preciso ampliar o meu espaço de visibilidade na rede social, o que vai ser ampliado de forma muito natural, eu não tenho nenhum seguidor artificial ali, e espontânea, mostrando o meu jeito, sem forçação de barra, mostrando o que eu já fiz, o meu trabalho etc. De vez em quando, nos momentos de lazer, eu pego a minha viola e ainda toco uns modão lá. Para quem não sabe, na infância e na adolescência eu fui cantor de música sertaneja, tinha uma dupla, cantei em circo para cinco pessoas. Do mesmo jeito que eu cantava para cinco pessoas em um circo, eu abria o show do Chitãozinho e Xororó, do Gian e Giovani também. Então, assim, graças a Deus, durante a minha vida toda, eu tive muitos desafios a enfrentar e esse talvez seja o maior, mas não vamos deixar de fazer com sorriso no olhar, de peito aberto e de coração aberto também para o que vier.”
Primeiro, gostaria de saber como o senhor avalia a representação que Minas hoje no Senado. Nós temos o senador Alexandre Silveira (PSD), candidato à reeleição, o senador Rodrigo Pacheco (PSD), presidente do Congresso Nacional, e o senador Carlos Viana (PL), candidato ao governo de Minas com o apoio do presidente Jair Bolsonaro (PL). Como avalia a representação de Minas no Senado e o que o senhor leva como principal plataforma de campanha?
“Acho que o senador Rodrigo Pacheco elevou a régua de Minas Gerais no cenário político nacional. É o presidente do Senado, um mineiro, uma pessoa que respeito demais. Temos o Alexandre, que assumiu recentemente, e também é uma figura que eu respeito bastante. E o Viana, que já tive a oportunidade de estar com ele por várias vezes quando era jornalista, e, agora, está enfrentando inclusive o desafio de ser candidato a governador. O que quero, como senador, é defender de forma intransigente, obviamente com a articulação que, graças a Deus, aprendi na Câmara conversando com os meus pares, tanto oposição quanto situação, para trazer recursos para Minas Gerais. Quando você está no Senado representando o seu Estado, você tem que defender o seu Estado 24 horas por dia. Minas Gerais precisa de mais investimento, mais muita coisa. Nós estamos vendo as estradas mineiras em uma situação de caos. A verdade é esta. Então, assim, falta articulação. Hoje, nós temos o presidente do Senado, que já mostrou que a sua liderança é importante para Minas Gerais, mas eu acredito que eu possa contribuir bastante sobretudo nas buscas de recursos federais para Minas Gerais. É um Estado que precisa de muito investimento. É um país, nós não estamos falando de um Estado simples de entender. É um Estado extremamente complexo, com várias potencialidades, mas que a gente lá no Senado vai lutar com todas as forças para defender todo tipo de investimento, sobretudo em infraestrutura, para viabilizar a reindustrialização em Minas e viabilizar novos empregos. Eu acho que é disso que a gente precisa hoje.”
O governador Romeu Zema (Novo) é candidato à reeleição. Como o senhor avalia a gestão dele até aqui e, se eleito senador, e o governador reeleito, como será a relação entre vocês e com o Partido Novo?
“Eu tenho uma relação na Câmara Municipal com a bancada do Partido Novo de alto nível, de muito respeito, assim como respeito também o governador Romeu Zema (Novo). Acho que o governador Romeu Zema gravou muito vídeo e fez pouca obra. Acho que precisa melhorar isso. Acho que muito Tik Tok e pouca entrega. (Tenho respeito) não só por ele, mas pela bancada do Novo na Câmara e pretendo continuar sempre assim. A minha vida, a minha trajetória na política foi sempre de diálogo e respeito. Então, é dessa forma que eu pretendo levar independentemente de resultado de urna.”
Nós vivemos um cenário hoje em que o governo federal diz que não tem dinheiro. Como é o senhor pretende trazer o dinheiro, em especial se a gente tiver a reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL), que é alguém que pensa no sentido contrário daquilo que o PDT pensa?
“É um desafio qualquer que seja o presidente que esteja lá. Obviamente o presidente pensando de forma diferente, a gente tem um desafio adicional, mas é por isso que a gente precisa ter uma interlocução no Senado com outras forças para que a gente possa, junto, viabilizar os recursos necessários. No parlamento, ninguém constrói nada sozinho. A gente precisa se articular com outras frentes, com outras forças e com outras bancadas para que a gente possa ganhar voz, musculatura no debate e conseguir viabilizar os recursos e as pautas que a gente defende. A gente está preparado para o que vier, sempre na esperança que a gente possa mudar no plano nacional os rumos da eleição.”
O orçamento secreto, que já existe faz tempo, mas na gestão Bolsonaro inegavelmente ganhou uma espécie de turbina para ser utilizado, tem sido utilizado pelo Senado. O senhor é contra, a favor e, se eleito, utilizaria o orçamento secreto, as emendas do relator, que se transformaram quase em um cheque em branco que é dado aos parlamentares para indicar toda e qualquer coisa e até em uma aberta para a corrupção?
“É verdade. A questão do orçamento secreto é uma situação… eu, particularmente, não lançaria mão desse subterfúgio. O interessante é que o presidente Jair Bolsonaro a vida toda criticou o aparelhamento do Estado e da estrutura para poder ganhar a eleição e agora faz a mesma coisa. Se a gente pegar os recortes, os WhatsApps e as notícias que a gente recebia há quatro anos atrás, tudo isso era muito combatido. Hoje, não, hoje pode. Eu estou a vida toda no PDT. Sempre fui de um partido só. Eu procuro levar a minha vida pública com coerência. Eu posso até errar em alguns posicionamentos e a gente precisa reconhecer, mas coerência na política é fundamental. Eu acho que as pessoas estão atentas a isso. Hoje o brasileiro não tem a memória curta que tinha, hoje a informação circula com uma velocidade muito grande, as pessoas buscam na internet as informações de quatro, cinco anos atrás para poder conferir se o candidato continua exercendo na prática o que falou. Então, assim, vamos ver. Eu fico assustado com a mudança de opinião repentina de alguns políticos em função de um momento eleitoral e em função de um interesse eleitoral.”
Mas há como manter uma linha, de fato, durante um mandato? Questiono porque a política é isso. Na verdade, a política é um jogo de conversas, às vezes de mudança de opinião, até para que você, político, possa, de certa forma, buscar recursos, conversar com pessoas de outros partidos e há conflitos de interesse em muitas situações.
“Aqueles valores que são inegociáveis, se você tem o compromisso de manter, tem que manter. É claro que mudança de rota, de rumo, de opinião, muitas vezes para negociar uma situação maior dentro do parlamento, isso é necessário. Muitas vezes lá na Câmara a gente precisa negociar com as bancadas para a gente conseguir avançar em alguns projetos. Isso faz parte do debate. E faz parte do debate também você reconhecer que é voto vencido e, de repente, você precisa dar um passo atrás para mais adiante dar dois à frente. Eu tenho compreensão disso tudo. Agora, há alguns valores que precisam ser inegociáveis e esses a gente tem que levar para a vida.”
Não seria uma incoerência do PDT hoje caminhar ao lado do PSDB em Minas, porque o PSDB por muito tempo representou algo diferente do que o PDT, do ponto de vista estatutário e ideológico, pensa?
“O PDT e o PSDB têm inúmeras divergências, mas o PDT já apoiou o PSDB em várias oportunidades. O PDT apoiou o Anastasia, o PDT era bancada de situação quando Aécio era governador etc. Então, assim, aqui em Minas Gerais, a gente sempre teve um diálogo com o PSDB. Discordamos em inúmeros aspectos do ponto de vista programático, mas convergimos em outros. Sempre tivemos uma relação de respeito com o PSDB aqui de Minas.”
Onde existem divergências e convergências?
“A social democracia do PSDB, que é um espectro político que respeito demais, tem uma visão de Estado um pouco mais liberal do que a do PDT. Nós tivemos enfrentamentos com o governo do PSDB quando pensava em privatizar, por exemplo, a Cemig, a Copasa e outra estatal em que a gente acha que o Estado precisa estar ali junto, em que o Estado precisa ter controle para não ter corrupção nem aparelhamento. O serviço público precisa ser tomado pelo Estado. Nós não podemos entregar a nossa matriz energética. Agora, é diferente do que você concessionar empresas ou rodovias. Pode ser feito. Você não tem que entregar um ativo do Estado, o que a gente tem de mais precioso, nas mãos do privado para fazer o que bem quer com ele. Então, assim, nós temos algumas divergências, mas vamos nessa linha. E o principal: o candidato ao governo do PSDB, Marcus Pestana, já publicamente assumiu por várias vezes que vai votar e vai apoiar o Ciro. Então, hoje, o nosso objetivo principal é dar visibilidade ao Ciro e levá-lo para que todos os mineiros possam conhecer o seu trabalho, a sua história e o seu projeto nacional de desenvolvimento, e, quem sabe, quebrar essa argola da polarização.”
A pesquisa DATATEMPO divulgada hoje está apontando que o mineiro, de maneira geral, é contra a privatização de empresas. 62,9% dos mineiros são contra privatizar as estatais. Comentamos que seria um alerta a uma eventual reeleição do governador Romeu Zema, que tem no plano de governo e fala sobre o desejo de querer privatizar. Se eleito como senador, como seria a conversa com o governador eleito ou reeleito?
“Vamos lutar com todas as nossas forças para que a venda dos ativos do Estado de forma irresponsável não aconteça. Essa vai ser a minha missão lá no Senado.”
Inclusive, a pauta de privatização das estatais é um dos pontos colocados no Regime de Recuperação Fiscal (RRF). Recentemente, o Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou o governo de Minas a aderir ao RRF, já que a Assembleia não votou. O senhor é favorável ao RRF da forma que foi colocado ou o senhor é contrário, inclusive diante da perspectiva de privatização das estatais?
“Da forma que foi colocado, não. O Estado precisa ter as condições mínimas de prover para aquilo que existe, ou seja, dar suporte de serviços básicos, como educação, saúde, saneamento e investimentos aos cidadãos. Do jeito que foi proposto o RRF, inviabiliza qualquer tipo de investimento e qualquer tipo de apoio do Estado para os serviços básicos do cidadão mineiro. Isso precisa ser bastante rediscutido.”