Eleição 2020

Luisa Barreto aposta nas críticas a Kalil na disputa pela prefeitura de BH

Pré-candidata do PSDB fez duras críticas a gestão da PBH sobre ações no combate ao coronavírus. Tucana tem como desafio se tornar mais conhecida pelo eleitor da capital mineira

Por Thaís Mota
Publicado em 22 de julho de 2020 | 03:00
 
 
 
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O PSDB ‘inaugurou’ a pré-campanha à Prefeitura de Belo Horizonte no final do mês passado ao lançar um vídeo em que a pré-candidata Luisa Barreto critica o prefeito Alexandre Kalil (PSD) por sua atuação no combate à pandemia do coronavírus.

O vídeo motivou resposta do prefeito e uma tréplica da pré-candidata. As críticas à atual gestão parece ser o tom da campanha tucana na capital. 

Segundo o cientista político e professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Carlos Ranulfo Melo, o foco nos problemas e críticas ao atual governo da cidade é natural, especialmente quando se considera que as pesquisas realizadas até agora apontam que o prefeito é bem avaliado e favorito na disputa. 

“A pauta dessa eleição vai ser a pandemia ou o mundo pós pandemia. Então, acaba sendo natural que candidatos de oposição – os que surgirem – busquem pontos que considerem vulneráveis do atual prefeito”, destacou. 

Após os primeiros vídeos em que criticou falas do prefeito acerca da pandemia, Luisa Barreto voltou às redes sociais em gravação em frente à Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) do Barreiro acusando o prefeito de má gestão e citando a falta de respiradores. Em outro vídeo, ela diz que Kalil mentiu sobre uma dívida de IPTU que teria à época de sua última campanha e também sobre seu salário como prefeito.

Propostas

Apesar disso, o presidente do PSDB em Minas, deputado Paulo Abi-Ackel, destaca que a campanha do partido deve ser mais propositiva e menos de ataque aos adversários. 

“Ela soltou um vídeo, recebeu uma resposta e reagiu à resposta. Nesse momento, estamos tratando da estratégia de campanha, que deverá ser, no meu entender, propositiva, de alto nível, e voltada para a apresentação de propostas, mostrando as qualidade dela e não eventuais defeitos dos concorrentes. Campanha que faça o belorizontino acreditar que ela é capaz de trazer inovações na gestão da cidade”, destacou.

Segundo Abi-Ackel, o eleitor não estará interessado em ouvir ataques e críticas e buscará conhecer mais as propostas dos candidatos. Na linha defendida pelo presidente estadual do PSDB, a pré-candidata divulgou outro vídeo no início deste mês em que critica a polarização da política e convida a população para debater ideias e propostas para uma possível gestão tucana na capital mineira. 

A pré-candidata afirmou que buscará uma campanha propositiva, mas acha importante que as propostas estejam ancoradas nos problemas que a cidade enfrenta e que, segundo ela, são fruto da atual administração.

“Vou trabalhar com propostas, inclusive, esse é meu histórico já que sou uma pessoa da área de planejamento e tenho uma visão para cidade. Mas, isso não quer dizer também que não tratarei dos problemas da administração atual. Minha pré-candidatura é uma pré candidatura de oposição à atual administração e é natural que alguns problemas que ocorrem sejam evidenciados”, explica.

Críticas ao prefeito no combate à pandemia 

Em relação à falta de respiradores e leitos em BH, alvo principal de suas críticas ao prefeito, Luisa se apoia em sua experiência na subsecretaria de Planejamento e Gestão do governo de Minas. Enquanto estava no cargo, ela disse ter adquirido mais de 1.000 respiradores pelo “menor preço do Brasil”. “Não posso olhar a prefeitura não fazer nada e eu falar que isso não é um problema”, afirmou a candidata.

A reportagem procurou o prefeito Alexandre Kalil para se posicionar em relação às acusações apresentadas pela tucana, mas a assessoria do prefeito informou que ele não iria responder. 

Desafio de se tornar conhecida pelo eleitor

Ao contrário de muitos partidos que optaram por nomes conhecidos para disputar a prefeitura, Luisa Barreto nunca foi candidata. Até início de junho, ela era secretária adjunta de Planejamento do Estado, na gestão do governador Romeu Zema (Novo).

“A maior parte dos candidatos são pouco conhecidos, com exceção de um ou outro, mas ela vai se tornar conhecida naturalmente à medida em que começa a fazer um trabalho nas redes sociais, que é o que temos pra hoje. Não há campanha de rua ou outro tipo de atividade”, disse o presidente do PSDB, Paulo Abi-Ackel

Luisa admite a inexperiência na política, mas destaca a experiência em gestão como ponto a seu favor. “Tenho desafio de ser pouco conhecida por parte da população de BH e isso vem do meu histórico de atuação técnica”, afirmou. Ela, no entanto, diz conhecer formas de mitigar problemas da cidade. Entre eles, o acesso à saúde e à educação básica, a qualidade dos serviços de transporte público e mobilidade urbana e o problema das chuvas. 

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