O ex-presidente Lula (PT) sinalizou aos indígenas que, se for eleito, vai haver o 'revogaço' nas políticas ambientais do presidente Jair Bolsonaro (PL).
"A gente não pode permitir que aquilo que foi conquista da luta de vocês [indígenas], aquilo que foi conquista do sacrifício de vocês, seja tirado por decreto para dar direito aqueles que acham que tem que acabar com a nossa floresta e com a nossa fauna", disse.
A declaração foi feita na manhã desta terça-feira (11) em visita ao Acampamento Terra Livre (ATL), evento anual que acontece em Brasília e marca o mês indígena. Ele falou para as delegações indígenas que estão na capital desde o início de abril e reivindicam principalmente a demarcação de terras.
Com o lema “Retomando o Brasil: Demarcar Territórios e Aldear a Política”, a 18ª edição do evento é simbólica por acontecer no formato presencial depois de dois anos do início da pandemia do coronavírus.
Antes de Lula falar, a deputada federal Joenia Wapichana (Rede) puxou o coro da plateia por "demarcação já", "fora garimpo" e "fora Bolsonaro". Ela é a primeira e única indígena na Câmara dos Deputados.
A necessidade de maior representação indígena também esteve no discurso de outros deputados e senadores que usaram o palanque. Muito se falou em "luta para derrotar o pior governo do Brasil".
A pré-candidata a deputada federal Sonia Guajajara, do Psol de São Paulo, foi uma das que chamou a atenção para a representatividade. "Não é mais possível que haja um Congresso com 513 deputados e apenas uma mulher indígena. (...) Nós não vamos permitir que o Brasil siga na mão de uma pessoa que não tem compromisso com indígenas, mulheres, jovens, LGBTQIA+, povos originários", declarou.
Dentre as demandas apresentadas por ela estão uma secretaria de saúde indígena estruturada e a continuidade das políticas educacionais para levar os jovens à universidade.
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