Fórum Liberdade e Democracia

Medidas de recuperação fiscal vão desagradar funcionalismo, diz Zema

Em encontro promovido pelo IFL-BH, governador de Minas afirmou que servidores com altos salários podem ser afetados

Por Sávio Gabriel e Heitor Mazzoco
Publicado em 23 de setembro de 2019 | 15:34
 
 
 
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Prestes a encaminhar o plano de recuperação fiscal de Minas Gerais para a Assembleia Legislativa (ALMG), o governador Romeu Zema (Novo) previu que as medidas devem desagradar a determinadas categorias do funcionalismo público. Ele afirmou que o projeto não vai criar “novos privilégios” e que os poderes Legislativo, Judiciário, além do Ministério Público, serão afetados pelas medidas. Nesse cenário, servidores com altos salários podem ser afetados. As declarações foram dadas na tarde desta segunda-feira (23), durante o 10º Fórum Liberdade e Democracia.

De acordo com Zema, nos últimos anos Minas registrou despesas maiores que as receitas. “Milagre não existe. Minas só vai ser resgata no dia em que ela passar a ter despesas condizentes com suas receitas. O plano propõe um freio, um limitador no crescimento das despesas futuras. Nenhum privilégio existente vai ser desfeito, os novos não serão criados”, disse Zema durante palestra a empresários e defensores do liberalismo econômico.

Ao público, o governador disse que, com o plano de recuperação fiscal, o governo vai “tratar uma guerra de comunicação” com as categorias que serão afetadas no futuro. “Vão esbravejar e lutar, não querem perder privilégios, mas conto com a ajuda de vocês”, disse Zema.

Durante a palestra, o governador falou dos desafios enfrentados à frente do Estado e disse que está no cargo não apenas para comandar Minas, mas para difundir a causa liberal, que na avaliação dele “ficou esquecida no Brasil”. Zema lembrou que ao longo de sua gestão não teve grandes conquistas, mas conseguiu fazer “o básico”, que é o pagamento de recursos às prefeituras e quitar o 13º salário de 2018, que não foi pago pelo ex-governador Fernando Pimentel (PT).

“A grande bandeira que tenho levantado é que quero que o Estado se transforme em um Estado amigo de quem investe, de quem gera empregos e trabalha. Falar em redução de impostos nesse momento de dificuldades financeiras é algo quase impossível, mas a vida do empreendedor pode ser facilitada”, disse Zema, que voltou a defender a reforma tributária, a simplificação e a desburocratização.

Anabolizante
O governador fez críticas às políticas econômicas adotadas no fim do governo do ex-presidente Lula (PT) e na primeira gestão da ex-presidente Dilma (PT), afirmando que a economia brasileira cresceu de maneira artificial. “Depois da crise de 2008, nos foi dito que estávamos fazendo alarde demais, que era uma marolinha (em referência ao termo utilizado por Lula na época). Enquanto o mundo entrava em recessão e fazia ajustes, o que assistimos no Brasil de 2008 até 2014 foi a economia crescer através de anabolizantes”, disse.

O chefe do Executivo estadual disse que o aumento do desemprego
registrado a partir de 2015 “é parte do ajuste dolorido” feito por
empresas que foram à falência. “Cabe a nós, liberais, terminarmos esse ajuste de maneira adequada. Estou como governador exatamente por esse motivo. Porque o governo não vai concluir esse ajuste, mas sim a sociedade. Cabe ao governo dar condições, sem atrapalhar e complicar”.

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