Há uma crença popular de que existe uma música para cada momento da vida, e na política parece não ser diferente. Um parlamentar do Centrão próximo do governo federal resolveu resumir o momento atual da relação entre o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e os deputados “bolsonaristas” com o trecho de uma música da cantora Marília Mendonça que diz: “me apaixonei pelo que eu inventei de você”. 

Nas últimas semanas, os deputados da base têm perdido espaço no Planalto para membros do Centrão, maior grupo do Legislativo. Bolsonaro se reaproximou do bloco para conseguir aprovar pautas na Câmara e, com isso, os “fiéis escudeiros” que já estavam sendo “destratados” pelo ministro-chefe da Secretaria de Governo, general Luiz Eduardo Ramos, agora estão sendo escanteados pelo próprio presidente.

O parlamentar contou que alguns colegas do grupo entendem que essa “relação” do presidente com os até então aliados de primeira hora é parecida com um casamento que “claramente” não deu certo: “Eles sabiam da história do presidente. Antes de ser eleito, Bolsonaro já fazia parte do Centrão, mas eles acreditaram que a lógica seria outra e que o presidente iria ‘mudar’, como ele tinha demonstrado no primeiro ano de gestão”, falou. 

Para exemplificar ainda mais a situação, o deputado fã de sertanejo resolveu usar um trecho da música “De quem é a culpa?”, da “rainha da sofrência” Marília Mendonça: “Não finja que eu não tô (sic) falando com você / Ninguém entende o que eu tô (sic) passando / Quem é você, que eu não conheço mais? / Me apaixonei pelo que eu inventei de você”.  

Concordância

A coluna resolveu repercutir a “metáfora” com um deputado bolsonarista que nos últimos dias já se mostrava decepcionado com o presidente. Ele disse concordar com a lógica, mas completou que, mesmo com a situação, ainda tem esperança de que Bolsonaro “possa acordar” e ser leal com os aliados do início.

A coluna questionou o político se esse cenário não se concretizar, outra música da cantora que diz: “se ele não te quer, supera”, vai ser aplicada. Constrangido, ele só respondeu: “Pode ser, mas tenho esperanças ainda”.