As metas do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), estão concentradas a menos de 500 m de seu gabinete, no Palácio do Planalto. Mas se engana quem pensa que o objetivo dele é a cadeira de presidente da República, que no último ano foi um desejo dele, para o qual faltou apoio político e popular. O parlamentar almeja hoje o posto de vice numa chapa encabeçada pelo apresentador de televisão Luciano Huck. Como a coluna mostrou, o comunicador já tem articulado sua candidatura para as próximas eleições nacionais, em 2022.

“Ele já chegou em um ponto de análise de que, após ser presidente da Câmara, não se tem muito mais coisas para o sujeito fazer. E nas próximas eleições, só se tem uma vaga para o Senado, diminuindo as chances, e disputar o governo do Rio de Janeiro, com o Estado em toda essa confusão, não é o que ele deseja”, afirmou um amigo do deputado.

Fontes próximas de Maia contam que os encontros com Huck ocorrem tanto no Rio de Janeiro quanto em Brasília, de forma mais eventual. Na capital federal, inclusive, as reuniões têm um cunho mais político, por conta de jantares com figuras do meio parlamentar e econômico, como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e o economista e ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga.

Também é comentado que Maia vai evitar se envolver em assuntos polêmicos que pendem para o lado conservador, como a pauta de costumes, e começa a ficar mais próximo de ideias liberais de movimentos políticos como Acredite, Agora! e Livres. Esses grupos, inclusive, são apoiados por Luciano Huck.

Não somente nas ações do Congresso, mas em discursos e entrevistas, o presidente da Câmara já tem dado essa sinalização. Tanto é que virou alvo ontem de uma declaração do vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (PSC), filho do presidente Jair Bolsonaro. Pelo Twitter, ele disse que Maia torce pelo fracasso do pai já visando à eleição de Luciano Huck, em 2022, para o Planalto.