Vice-presidente

'Não é bom', diz Mourão sobre pedido de demissão de Sergio Moro

General da reserva ressaltou que ex-juiz da operação Lava Jato é um nome importante e respeitado

Por Gustavo Uribe/Folhapress
Publicado em 24 de abril de 2020 | 18:34
 
 
 
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O vice-presidente Hamilton Mourão disse à reportagem nesta sexta-feira (24) que o pedido de demissão do ministro da Justiça, Sergio Moro, é uma perda para o governo e ressaltou que ele vinha fazendo um bom trabalho na pasta.

"O Moro é um cara muito bom e excepcional. Eu acho que ele vinha fazendo um bom trabalho. Mas relação é relação, né", disse. "Não é bom, mas vida que segue", acrescentou.

Em rápida entrevista, o general da reserva ressaltou que o ex-juiz da operação Lava Jato é "um nome "importante" e "respeitado". "Sempre se perde [com a saída]", afirmou.

"Sempre se perde (com a saída)", afirmou. "​Não sei qual era o grau de estresse que estava havendo. Nos últimos tempos, eu tinha trabalhado com o ministro no Conselho da Amazônia. E normal, sem problemas", disse.

Até o último momento, a cúpula militar tentou construir um acordo entre Bolsonaro e Moro para evitar a saída do ministro.

O presidente, no entanto, resistiu à ofensiva e, apesar de ter sido procurado por Moro na noite de quinta-feira (23), não quis conversar com o ministro.

Na manhã​ desta sexta-feira, tanto o ministro da Casa Civil, general Braga Netto, como o da Economia, Paulo Guedes, ainda fizeram um último esforço, mas Bolsonaro estava, segundo relatos, irredutível.

Para integrantes do grupo fardado, ao não tentar evitar a demissão de Moro, o presidente criou uma crise "desnecessária" e "sem precedentes" em seu governo.

​A avaliação é de que, ao ter ig​norado os conselhos da cúpula fardada, o presidente voltou a priorizar o núcleo ideológ​​​ico, colocando em risco até mesmo o apoio de parte de seu eleitorado.

Bolsonaro anunciou que fará um pronunciamento na tarde desta sexta-feira para comentar a saída de Moro.

Para o lug​​​ar do ministro, os nomes mais cotados são o do chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Jorge Oliveira, e o do secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres.

Caso Jorge seja o escolhido, o presidente avalia escalar o ex-deputado federal Alberto Fraga (DEM-DF) para comandar a Secretaria-Geral.

Com isso, o governo ganharia um político no Palácio do Planalto para auxiliar na articulação com o Congresso. Hoje, há apenas militares nas quatro pastas que ficam no prédio da Presidência.

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