Pré-candidato a governador, Alexandre Kalil (PSD), rebateu nesta sexta-feira (13) o deputado federal Reginaldo Lopes (PT). Em entrevista à rádio Super 91,7 FM pela manhã, Lopes disse que Kalil errou ao não ir para o PSB e que agora o ex-prefeito é comandado pelo senador Alexandre Silveira (PSD).

“Eu não sou refém de ninguém, eu só não traio meus amigos”, disse Kalil ao ser questionado em Juiz de Fora sobre as declarações do petista.

 

Horas antes da fala de Kalil, o pré-candidato a senador do PSD,  Alexandre Silveira (PSD), esteve com o governador Romeu Zema (Novo) em Curvelo, na região Central. Silveira também chegou a apagar um vídeo com Kalil, mas a assessoria republicou a gravação após ser questionada por O TEMPO.

Kalil negocia com o ex-presidente Lula (PT) uma aliança em Minas Gerais. O principal impasse é a vaga ao Senado. O PSD não abre mão de lançar Silveira à reeleição, enquanto o PT tem como pré-candidato o deputado federal Reginaldo Lopes (PT).

“É o grande entrave porque é legítimo o PT querer ter um candidato. É absolutamente legítimo. É legítimo o PSD querer manter a cadeira que sempre foi dele, com o Anastasia, que é meu amigo pessoal, e agora com o Alexandre? É legítimo”, disse o ex-prefeito de Belo Horizonte. “Nós estamos com um problema em que tudo é legítimo. Onde tudo é legítimo, há o impasse e nós temos que conversar”.

Na entrevista à rádio Super 91,7 FM, Reginaldo Lopes afirmou que o PT não exige que Kalil retire a candidatura de Alexandre Silveira porque a legislação eleitoral permite a existência de duas candidaturas ao Senado na chapa, apesar de só haver uma vaga em disputa nas próximas eleições.

Em Juiz de Fora, Kalil disse que, se as negociações estiverem “na mão dele”, o impasse será resolvido. Perguntado se o PSD aceitaria ter dois senadores na chapa, como defendido por Reginaldo Lopes, ele respondeu que a legislação não permite. “É mentira, não pode por lei”, afirmou.

Apesar da fala de Kalil, a área técnica do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) entende que é possível sim ter palanque duplo ao Senado. Os técnicos emitiram o parecer após uma consulta feita pelo deputado federal por Goiás, Delegado Waldir (União Brasil), sobre a possibilidade. O caso ainda será julgado pelo TSE.

A área técnica do tribunal citou um precedente de 2010, quando a mesma questão foi levada ao TSE pelo então deputado Eduardo Cunha (MDB). Na ocasião, a decisão foi de que “partidos coligados para o cargo de governador podem lançar, isoladamente, candidatos ao Senado”.

Em 2018, por exemplo, os partidos aliados em torno da candidatura de Waldez Góes (PDT) ao governo do Amapá lançaram candidaturas avulsas ao Senado. Ao mesmo tempo em que apoiaram Waldez, lançaram candidatos próprios: o MDB apostou em Fátima Pelaes e Gilvam Borges, enquanto o PTB lançou Lucas Barreto.