Mudança

Núcleo duro deve permanecer 

Siglas aliadas disputam cargos dos secretários que serão exonerados com a saída de Anastasia

Por Isabella Lacerda
Publicado em 27 de março de 2014 | 03:00
 
 
 
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Apesar da carta branca dada pelo governador Antonio Anastasia (PSDB) ao substituto Alberto Pinto Coelho (PP), com a exoneração de todo o primeiro escalão do governo na próxima semana, o comando de algumas secretarias deverá passar para nomes considerados técnicos. Segundo lideranças tucanas em Minas, as alterações programadas pelo futuro governador já para a semana que vem vão ocorrer principalmente nas pastas hoje administradas por aqueles gestores indicados por partidos aliados. Nas demais, como Fazenda, Planejamento e Casa Civil, os atuais secretários serão reconduzidos por Pinto Coelho.

Em pelo menos sete secretarias as alterações estão confirmadas. Em todas elas, os atuais comandantes terão que deixar o cargo para se lançarem novamente à Câmara dos Deputados ou à Assembleia Legislativa. Com as vagas em aberto, os partidos deram início às negociações por mais espaços na administração estadual, o que vai impactar de forma direta a aliança em torno do pré-candidato tucano Pimenta da Veiga em outubro: quanto mais espaço for dado às legendas, maior a chance de confirmação do apoio nas urnas.

Alberto Pinto Coelho já iniciou as negociações com os partidos. Até o momento, a pasta mais visada é a Saúde. Com a saída do secretário Alexandre Silveira (PSD), o PPS já demonstrou interesse em voltar a comandar a área no Estado. “Queremos o espaço que tínhamos antes”, explica a presidente estadual do PPS, deputada Luzia Ferreira. Se depender do PSD, porém, a briga vai ser boa. “Temos total condições se seguir no comando da saúde. Mas nunca fizemos imposições”, garante Silveira. Atualmente, o PSD também está na Secretaria de Trabalho, espaço que pretende seguir gerindo mesmo com a saída de Cássio Soares.

Outra pasta muito cortejada, a de Obras, não deverá ser usada como moeda de troca eleitoral. Com a saída de Carlos Melles (DEM), o indicativo é de que um nome técnico passe a ser responsável pela secretaria. “Ele (Alberto) está conversando com os partidos, mas a tendência é que sejam mudanças pontuais. Na Saúde a troca será por alguém de continuidade. E na Obras, alguém que hoje já é adjunto”, explica o presidente estadual do PSDB, Marcus Pestana.

Uma substituição que já tem nome certo é na Agricultura. “Está acertado que será o hoje subsecretário André Merlo”, diz o presidente do PDT, Mário Heringer, que se reuniu com Anastasia e Alberto para fechar a negociação. Uma das poucas alterações em nomes do staff do governo deve ocorrer na Secretaria Extraordinária para Coordenação de Investimentos. Ontem, um integrante do governo confirmou que Fuad Noman deve realmente deixar o cargo.

De saída

Abril. A exoneração de todo o secretariado foi anunciada por Anastasia no mesmo dia em que o tucano anunciou que deixaria o governo para, inicialmente, coordenar a campanha de Aécio Neves.

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