Em São Paulo

Polícia pede preventiva de jovem que acusou Feliciano de estupro

A jornalista Patrícia Lélis, de 22 anos, foi indiciada por denúncia caluniosa e extorsão; em 15 de junho, político a teria agredido e tentado um abuso sexual no apartamento funcional dele na Asa Norte de Brasília

Por Da Redação
Publicado em 06 de setembro de 2016 | 18:48
 
 
 
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A polícia de São Paulo pediu a prisão preventiva da jornalista que acusou o deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP) de esturpo e agressões. Patrícia Lélis, de 22 anos, também afirmou ter sido sequestrada pelo assessor de Feliciano, Talma Bauer. Conforme reportagem do Jornal O Globo, a jovem foi indiciada por denúncia caluniosa e extorsão.

O delegado Luís Roberto Hellmeister já havia indicado que faria o pedido de prisão, dada a "periculosidade" de Patrícia, mas ainda aguardava laudos de vídeos e conversas.

Conforme O Globo, o advogado da jornalista, Roberto da Gama Cidade, afirmou que o pedido de prisão não causou "nenhuma surpresa" e que já enviou ao Ministério Público de São Paulo petição para que as investigações sejam invalidadas. Por envolver um parlamentar, a defesa acredita que o processo deveria ter sido enviado a Brasília.

Relembre o caso

Uma jovem de Brasília acusa o deputado federal e pastor Marco Feliciano (PSC/SP) de assédio sexual e agressão, conforme reportagem do blog Coluna Esplanada do site UOL

A vítima, de 22 anos, que apresentou como uma youtuber cristã, seria uma militante do partido que frequenta a mesma igreja do político. De acordo com o blog, eles teriam se tornado amigos e Feliciano, então, se ofereceu para ser um guia espiritual dela. A tentativa de abuso sexual e as agressões teriam ocorrido no apartamento funcional do deputado, na Asa Norte de Brasília, na manhã de 15 de junho. A vítima disse à publicação do site UOL que Feliciano teria lhe proposto um emprego comissionado no Partido Social Cristão (PSC), com alto salário, caso se tornasse amante dele. O deputado é casado e tem três filhas.

Ainda segundo o blog Coluna Esplanada, a jovem chegou a printar fotos das conversas que teve com Feliciano pelo WhatsApp. Em um dos encontros, porém, ele pegou o celular dela e apagou essas conversas. Mas os posts estavam na nuvem (iCloud) e puderam ser recuperados.

Funcionários do partido confirmaram para a coluna hospedada no site UOL que o número indicado pela denúncia era de fato o do deputado.

A reportagem do blog informa ainda que a jovem passou a ser pressionada por políticos do PSC e por assessores de Feliciano, após fazer as denúncias de assédio, e que, por isso, teria deixado Brasília por uns dias, tempo em que ficou incomunicável.

Ao saber do ocorrido, um professor da vítima decidiu publicar a história em seu perfil no Facebook, dando as iniciais da aluna e o nome do deputado acusado. A vítima não teria gostado da exposição e o post do professor foi retirado do ar. Depois, controversa, a youtuber teria postado um vídeo em que elogia Feliciano e chama o professor de mentiroso. Ainda conforme a Coluna Esplanada, após ser confrontada pela reportagem, a jovem também removeu o vídeo.

Respostas

A assessoria do deputado Marco Feliciano respondeu à Coluna Esplanada às 20h30 dessa terça-feira (2). Confira:

“Informo que desconheço tais acusações e as referidas mensagens postadas. Conheço a jovem por meio de sua participação no PSC, é uma grande lutadora contra o aborto e a favor das causas sociais. A conheço da mesma forma que conheço tantos outros jovens ao meu redor'', disse Talma Bauer, delegado civil licenciado de São Paulo e assessor de Feliciano.

Segue a nota do assessor de Feliciano: “Tenho uma honra ilibada e tais acusações são descabidas. Respeito minha família, o povo brasileiro e principalmente minha fé! E peço que assim o façam! Assim eu encerro tal assunto, deixando nas mãos das autoridades''.

- Detalhe: a jovem relatou à coluna que se encontrou com Bauer durante uma hora numa lanchonete em Brasília

Ainda segundo a coluna, há informações de que a garota tenta, agora, explicar sua versão para jornais e revistas. Por se tratar de um episódio grave envolvendo uma jovem e um conhecido parlamentar, muito votado, e com história ainda mal explicada, cabe às autoridades policiais tomarem a frente da situação para esclarecer à população.

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