O secretário de Governo Igor Eto afirmou, nesta terça-feira (20/12), que o segundo mandato de Romeu Zema (Novo) precisa "pacificar" a relação com a Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Ele falou em "amadurecimento" das articulações entre as partes, após as divergências entre Zema e o atual presidente da Casa, deputado estadual Agostinho Patrus (PSD).
"O Poder Executivo e o Poder Legislativo precisam estar unidos. Apesar de sermos poderes independentes, nós somos poderes intimamente ligados ao bem-estar do povo de Minas Gerais. Sem o apoio da Assembleia, nós não iremos avançar (nos programas e projetos defendidos pelo governo)", disse Igor Eto.
Ainda em sua fala, Eto disse que a prioridade do segundo mandato é a homologação do Regime de Recuperação Fiscal (RRF) na Assembleia. Ele afirmou que a decisão do ministro Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF), que autoriza a adesão do Estado ao RRF, obriga a ALMG a homologar o acordo para pagamento das dívidas da unidade da federação com a União.
O secretário também lembrou das prioridades ressaltadas pelo governo Zema em documento enviado à equipe de transição do governo Lula (PT). Entre as propostas estão a concessão do metrô da Grande BH e obras rodoviárias.
"Nós temos seis pautas com o governo federal que não podem ser negligenciadas. Nós temos a verdadeira pretensão de dialogar, construir, avançar e realizar essas pautas junto ao governo federal, independente de decisões, cores e ideologias políticas de cada lado", afirmou.
Apesar das falas de Eto, Zema adotou tom mais neutro quando perguntado sobre a relação do seu governo com o de Lula. "Não estou otimista nem pessimista", disse o político do Novo. Ele também voltou a lamentar a derrota do atual presidente Jair Bolsonaro (PL) no último pleito.
Sobre o novo presidente da Assembleia, Zema e Eto reforçaram que o segundo mandato não tem preferência ao nome de algum parlamentar da Casa. Mas os dois destacaram que é importante que a ALMG entre em um consenso por um nome para evitar disputas entre os deputados, porém, "respeitando a independência dos poderes".
"Os nomes que estão disputando a presidência da Assembleia, no nosso entender, são nomes bons. Esperamos que a Assembleia faça a melhor escolha. Vamos estar trabalhando juntos com o nome eleito. Vai caber aos deputados definir no final de janeiro ou início de fevereiro o nome que será o melhor. Não temos nenhuma restrição a nenhum nome", disse o governador.