Acusações na Câmara

Prefeito Fuad minimiza indicações de Burguês na PBH e nega irregularidades

Em meio a troca de acusações com o ex-vereador Léo Burguês, presidente da Câmara Municipal, Gabriel Azevedo, apontou nomes que estariam trabalhando na prefeitura por indicação de Burguês e disparou: ‘vai cair um por um’

Por Pedro Nascimento
Publicado em 13 de fevereiro de 2023 | 12:55
 
 
 
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A troca de acusações entre o vereador Gabriel Azevedo (sem partido) e o ex-vereador Léo Burguês (União Brasil) parece não ter incomodado o prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD), que comentou o assunto nesta segunda-feira (13), durante uma visita ao novo Centro de Saúde Santa Amélia, na região da Pampulha. Segundo o prefeito, nenhuma das indicações feitas por Burguês, e apontadas por Gabriel, indica qualquer indício de irregularidade.

Na semana passada, em entrevista ao quadro Café com Política, da Rádio Super 91.7FM, o presidente do Legislativo fez sérias acusações contra a ex-secretária de Política Urbana, Maria Fernandes Caldas, e o subsecretário de Fiscalização, José Mauro Gomes, que seriam indicados de Léo Burguês na PBH. Em tom de ameaça, o vereador disse: "atenção, vocês me conhecem aí na prefeitura, vai cair um por um".

Segundo Fuad, o poder de exonerar servidores é do prefeito, e a mera indicação de um político não representa nada de errado. “Nós temos uma regra de trabalho: funcionários da prefeitura só são nomeados ou exonerados pelo prefeito. Funcionários da prefeitura são indicados por muita gente, muitas pessoas que são ou não políticos. E essas pessoas vão lá para trabalhar. Se tiver trabalhando, tá bem, se estiver assíduo, fazendo um serviço adequado, não tem motivo para dele ser exonerado só porque uma pessoa que indicou tá saindo por um outro motivo”, detalhou.

Ainda nesta questão, Noman indicou que, caso seja comprovado qualquer tipo de irregularidade na atuação desses servidores, a prefeitura tem o dever de agir. “A questão é que nós não aceitamos nenhum tipo de desvio de conduta. Se alguns desses funcionários tiverem um desvio de conduta, ele ou qualquer outro vai ser exonerado simplesmente. Mas fora isso, nós vamos trabalhar dando segurança aos nossos servidores e dizendo a eles o seguinte: trabalhem bem, trabalhem corretamente, com cuidado, com zelo, e não cometa nenhum tipo de irregularidade para continuar trabalhando”, finalizou.

Acusações

Além da ex-secretária de Política Urbana, Maria Caldas, Azevedo também criticou a atuação do subsecretário de Fiscalização, José Mauro Gomes, e, mais uma vez, denunciou o ex-vereador Léo Burguês de se beneficiar, enquanto vereador, de favores do subsecretário. Segundo Gabriel Azevedo, o subsecretário José Mauro recebia "ordens" de Léo Burguês para não investigar denúncias de som alto, denúncias de casa funcionando sem alvará favorecendo empresários ligados a Burguês.

"O que o senhor (José Mauro Gomes) está fazendo aí ainda? Tem que ter uma devassa na Secretaria de Política Urbana, que era onde o Léo mais operava enquanto bandido", pontuou Azevedo. De acordo com o presidente da Câmara, o prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD), exonerou os mais óbvios, mas ainda há outros servidores do Executivo municipal que deveriam ser exonerados.

A prefeitura de Belo Horizonte informou, por meio de nota, que, embora não tenha sido informada formalmente do inquérito, se antecipou e já efetuou os levantamentos relacionados com o caso. Ainda segundo a nota da PBH, "todas as providências legais estão sendo adotadas junto às áreas jurídicas e à Corregedoria, a quem cabe a análise dos autos".

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