Problema é outro

Presidente do Ipsemg nega sucateamento: 'Difícil achar uma rede tão robusta'

Dificuldades do Instituto passam por aumento da demanda e dificuldades de contratação por regras impostas à administração pública

Por O TEMPO
Publicado em 26 de abril de 2024 | 10:40
 
 
 
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O presidente do Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais (Ipsemg), André Luiz Moreira dos Anjos, negou as acusações de que o governo do Estado esteja sucateando a rede de assistência da instituição.

“Nós temos uma rede de 160 hospitais no Estado. É difícil você achar uma rede de assistência tão robusta. Nós fazemos mais 1,3 milhão de consultas ano em Minas Gerais. Não é uma rede pequena. O que nós temos são problemas pontuais, sobretudo no nosso hospital, pois somos da administração pública e para contratar pessoal temos todo um processo administrativo e, eventualmente, alguns profissionais se desligam antes da gente conseguir repor”, argumentou.

André Luiz Moreira dos Anjos foi o entrevistado do quadro Café com Política da FM O TEMPO 91,7 nesta sexta-feira (26/4). Ele comentou a reclamação comum entre os usuários da assistência do Ipsemg em relação à cobertura do instituto, mas falou que esta não é uma preocupação.

“Nós não temos uma preocupação do ponto de vista da cobertura. A cobertura do Ipsemg, é uma cobertura bastante completa e sempre foi. Para você ter uma ideia, nós realizamos um procedimento em um dos hospitais credenciados e nesse último mesmo procedimento autorizado é necessário para assistência desse paciente, que somou quase R$ 400 mil; uma cirurgia totalmente regular, auditada, dentro da necessidade. Então, a cobertura do IPSEMG é uma cobertura bastante coerente com o serviço de saúde que se espera”, diz.

O presidente do Instituto atribui as dificuldades de cobertura ao aumento da idade média e quantidade de uso da assistência oferecida pelo Ipsemg. “O diagnóstico passa por uma proporção maior de idosos na carteira do INPS ainda. Ou seja, nós temos realmente uma proporção maior de pessoas com 59 anos ou mais na nossa carteira do que a maioria dos planos comerciais. E faz parte da característica, inclusive do servidor e do público que nós atendemos. E nós temos observado que depois da pandemia, a procura por assistência à saúde tem aumentado”, informa.

André Luiz Moreira afirma que é preciso reequilibrar a arrecadação e o uso do sistema para manter a qualidade aos servidores.

“O volume de procura e o volume de pessoas que precisam utilizado em serviço é muito grande e não tem coerência com o valor de contribuição que é pago. Então nós arrecadamos menos do que deveríamos arrecadar para oferecer assistência que nos beneficiar sob esse ponto da contribuição”, argumenta.

A maior preocupação da proposta do governo, de acordo com o presidente do Ipsemg, é corrigir distorções acabar com jinjustiças. Segundo ele, atualmente, quem ganha mais paga proporcionalmente menos.

Proposta do governo

A proposta do governo é aumentar os valores do piso e teto de contribuição. O valor mínimo passará de R$ 33 para R$ 60, enquanto o máximo aumentará de R$ 275,15 para R$ 500.

Também tem a proposta de criar uma alíquota adicional de 1,2% para os usuários com idade a partir de 59 anos.

O PL prevê também o fim das isenções para filhos menores de 21 anos. A alíquota de contribuição será de 3,2% e irá abranger dependentes até 38 anos - hoje a assistência é válida para os filhos com até 35 anos. A estimativa do Ipsemg é que atualmente mais de 140 mil crianças e adolescentes utilizam a rede sem contribuição.

Por fim, ogoverno quer ampliar a cobrança do casal de servidores que utilizam os serviços do Ipsemg. Hoje existe um desconto para um dos conjuges, a proposta é manter uma alíquota de 3,2% da remuneração do titular, mas o teto de R$ 500 irá considerar a contribuição dos dois servidores.

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