Em seu primeiro dia de funcionamento, o Centro de Atendimento à Dengue (CAD) teve que encerrar o atendimento duas horas mais cedo depois de ultrapassar o limite da capacidade de 150 pessoas atendidas por dia. A unidade, no Barreiro, deixou de receber novos pacientes às 16h desse sábado (27/04), quando o previsto era que funcionaria até as 18h.

“Isso é uma injustiça. Se colocou que funcionaria até às 18h tem é que funcionar até às 18h. Eu sai da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) ontem 4h da manhã sem ser atendida. Fui cedo para o Hospital Júlia Kubitschek e não fui atendida. Agora eu chego aqui e eles me falam que não estão recebendo paciente. Não anuncia o que não vai cumprir”, disse a autônoma Suiane Caroline, 24.

Com sintomas de Dengue, ela busca atendimento desde sexta-feira. A mesma situação aconteceu com a babá Noemi Lúcia justino, 32. “A gente chegou aqui e disseram que estão com superlotação e não podem atender e falaram pra ir para UPA porque lá está vazio. Mas nós acabamos de sair da UPA e lá está lotado”, disse. 

Um funcionário do CAD que pediu para não ser identificado, afirmou que foi preciso interromper os atendimentos para não sobrecarregar os profissionais de saúde. “Com os pacientes que já estão aí, os atendimentos devem ir até 23h. Se recebermos mais pessoas as equipes vão virar a noite trabalhando”, disse.

Apesar da lotação, quem foi atendido elogiou a unidade e disse que o atendimento é bem melhor que outras unidades de saúde. “Eu deixei de usar o meu convênio para vir aqui. Fiquei cinco horas esperando atendimento no hospital particular e desisti. Aqui eu cheguei cedo e já comecei a receber soro e água, enquanto aguardava o restante do atendimento. Então me senti melhor acolhida”, contou a auxiliar administrativo Bruna Martins, 34. 

O CAD foca no segundo andar do Complexo de Saúde no bairro Flávio Marques Lisboa, no Barreiro. A região é a que concentra o maior número de casos de Dengue na capital.

Na inauguração da unidade, a subsecretária municipal de Saúde, Taciana Malheiros explicou como funciona o atendimento no local “Aqui ele (paciente) vai passar por uma avaliação, um exame clínico inicial, com médicos e enfermeiros, onde há uma classificação da doença.

Em seguida, é feita a coleta dos exames laboratoriais, a hidratação oral, a hidratação venosa. Nos casos mais graves eles vão ser encaminhados para uma das nossas UPAS pelo transporte em saúde”, explica.

Os outros dois CADs vão iniciar o atendimento na próxima semana, um em Venda Nova e outro na regional Nordeste. Assim como o do Barreiro, eles funcionarão todos os dias, 7h às 18h.