Irmão de Cleitinho

PT nacional protocola notícia-crime contra prefeito de Divinópolis

Chefe do Executivo municipal associou o presidente Lula a um suposto aumento de homicídios na cidade do Oeste de Minas

Por Lucas Negrisoli
Publicado em 23 de março de 2023 | 18:30
 
 
 
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Prefeito de Divinópolis, Gleidson Azevedo (PSC) é alvo de uma notícia-crime apresentada pelo PT nacional. O documento foi protocolado no último dia 18, após o chefe do Executivo municipal ter associado o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a um suposto aumento de homicídios na cidade do Oeste de Minas. 

Em entrevista ao “Gatilho Podcast”, em 9 de março, Azevedo foi questionado sobre aumento nas taxas de criminalidade em Divinópolis e respondeu: “Faz o L”, em menção a um dos motes da campanha do petista.

A notícia-crime elenca três crimes que teriam sido praticados por Azevedo na declaração – calúnia, injúria e prevaricação em relação à atuação no combate à criminalidade no município. O documento pede que sejam instauradas investigações no Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e processo civil.

“De um mês para cá, na mídia, aparecem mais assassinatos na cidade. Tem algum planejamento na prefeitura para atuar em cima disso? Por que aumentou?”, indaga o entrevistador. “Faz o L”, responde o prefeito. “Só isso, faz o L”, insiste Azevedo. “Acredita que foi por causa do Lula?”, emenda o âncora do programa. 

“A eleição passou, segue o jogo, preciso do governo federal para administrar a cidade, mas elegeu-se um ladrão. Que moralidade se tem hoje? Não tem punição. Um cara que estava preso foi solto e agora é presidente do Brasil”, segue Azevedo. 

“Mas tem um plano de emergencial para a segurança pública?”, continua o apresentador. “Segurança pública é responsabilidade do Estado, mas vários vereadores destinaram emendas impositivas para termos essa parceria”, completa o prefeito.

O advogado de Azevedo, Fernando Henrique Costa de Oliveira, informou ao Aparte que o prefeito não foi formalmente comunicado ou intimado pelo MPMG ou pelo Poder Judiciário e nega que ele tenha cometido os crimes. 

A defesa argumenta que “fazer arminha”, em referência à campanha de Jair Bolsonaro (PL), ou “fazer o L”, em referência à campanha de Lula, se transformaram em “memes”, que são utilizados “na maioria das vezes de forma irônica e/ou em situações completamente desconexas com as figuras de Bolsonaro e Lula”. “Sem qualquer intenção de injuriar, caluniar ou difamar nem mesmo atribuir responsabilidade a quem quer que seja”, completa a defesa.

O advogado do prefeito ressalta que, assim que for notificado formalmente, vai responder às alegações feitas pelo PT.

O deputado estadual e presidente do PT de Minas Gerais, Cristiano Silveira, classifica as declarações de Azevedo como “extremamente graves” e defende que as falas ultrapassam o direito de liberdade de expressão. “A fala dele atribui o aumento da criminalidade ao presidente Lula. É um agente público, tem que ter responsabilidade”, afirmou Silveira. Lucas Negrisoli)

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