Apenas um voto decidiu a eleição da Mesa Diretora da Câmara de BH nesta segunda-feira (12/12). A peça-chave? O vereador Ramon Bibiano da Casa de Apoio (PSD). Apesar de ser do mesmo partido do prefeito Fuad Noman, ele fechou com a oposição e definiu a vitória do vereador Gabriel (sem partido). 

Aos 59 anos, Ramon Bibiano trabalha no segmento de autoescolas e coordena uma casa de apoio com seu nome no bairro Inconfidência, na região da Pampulha, em BH. A partir do projeto, obteve 5.947 votos em 2020, quando venceu uma eleição pela primeira vez na vida. 

Antes, Ramon Bibiano tentou se eleger vereador de BH em 2008, 2012 e 2016, mas ficou como suplente em todos esses pleitos. Apesar disso, assumiu seu primeiro mandato em 2019, no lugar do então vereador Rafael Martins (PSD), que se tornou deputado estadual por Minas Gerais naquele ano. 

Quando chegou à Câmara, Ramon Bibiano da Casa de Apoio estava no MDB, mas migrou para o PSD, partido do então prefeito Alexandre Kalil, durante a legislatura. Entre as votações mais marcantes da Casa desde então, Ramon se ausentou da sessão que cassou o mandato do ex-vereador Wellington Magalhães. Votou a favor da criação do Dia de Combate ao Feminicídio, proposta que foi rejeitada na Câmara em 2020. Também foi favorável ao empréstimo de US$ 160 milhões para financiar obras contra as chuvas na cidade, texto que também não recebeu aprovação dos vereadores. Bibiano também endossou o projeto Escola sem Partido em outubro de 2019.

O voto de Bibiano foi cortejado pelas duas chapas – a governista e a de oposição – às vésperas da eleição da Mesa Diretora da Casa, mas terminou com a oposição. Antes da votação, Ramon Bibiano chegou a ficar cercado por vereadores da chamada “Família Aro”, a base de oposição articulada pelo deputado federal Marcelo Aro (PP). Tudo para evitar o diálogo do vereador do PSD com os aliados do prefeito Fuad Noman. A situação provocou uma discussão no plenário da Casa.