Em seu relatório final no Conselho Ética da Prefeitura de Belo Horizonte, o conselheiro Marcelo Leonardo pediu o arquivamento da denúncia enviada pelo ex-chefe de gabinete Alberto Lage contra o secretário de Governo, Adalclever Lopes. O advogado é o relator da investigação aberta na semana passada para apurar se o secretário pediu à uma agência publicitária fornecedora da PBH que realizasse uma pesquisa eleitoral, conforme denúnciou o ex-chefe de gabinete.
Na decisão, publicada nesta quarta-feira (13) no site da PBH, o relator afirma que os elementos apresentados por Lage não provam que “Adalclever Lopes tenha, concretamente, feito qualquer pedido com constrangimento para realização de pesquisa eleitoral”.
“Nem no áudio, nem nos diálogos apresentados, há qualquer prova de que o secretário Adalclever Lopes tenha, concretamente, feito qualquer pedido com constrangimento para realização de pesquisa eleitoral. No áudio, Adalclever fala para Alberto se dirigir a Cacá, mas Alberto Lage negou ter feito qualquer pedido dessa natureza ao publicitário", pontuou Marcelo Leonardo no relatório final.
Depois do procedimento investigatório ser aberto no Conselho, na quinta-feira da semana passada, Alberto Lage, Adalclever e o publicitário citado na denúncia prestaram depoimentos ao colegiado.
Ainda segundo o relatório, o publicitário, em seu depoimento, negou que tenha recebido qualquer pedido de pesquisa em âmbito estadual vindo de Adalclever ou de Alberto Lage.
Já em seu depoimento, conforme o relatório, Adalclever negou coordenar a pré-campanha de Alexandre Kalil ao governo de Mina e de ser o responsável pela arrecadação de recursos financeiros. Adalclever corroborou com o depoimento do publicitário e negou que pediu a ele a realização de uma pesquisa para a disputa estadual.
O relatório com o parecer pelo arquivamento ainda será votado pelo pleno do Conselho de Ética que pode acompanhar o relator e dessa forma arquivar as denúncias ou rejeitar o parecer e assim dar continuidade ao processo.
Relembre
Na denúncia, apresentada no dia 1° de outubro ao controlador-geral Leonardo Ferraz, Alberto Lage afirma que Adalclever “buscava constranger fornecedores do município a financiar ações políticas de seu interesse”. O ex-chefe de gabinete de Kalil divulgou na denúncia um áudio que Adalclever mandou para ele.
No áudio, Adalclever diz: “Conversei com o prefeito, falou que era para conversarmos algumas coisas. Tem que falar com o Cacá o seguinte: se ele não fizer pesquisa de Minas tem outra agência que vai fazer para gente. Você vai ver como ele vai dar um jeito rapidinho. Falar: pode deixar, o prefeito já autorizou e se você não pode fazer tem outra gente que vai fazer para nós” (SIC).