Lewis Hamilton, Cristiano Ronaldo, Mbappé, Gisele Bündchen, Anitta, Demi Lovatto Leonardo di Caprio, Corinthians e Mineirão... A lista daqueles que demonstraram preocupação e saíram em defesa da preservação da Amazônia tem piloto de fórmula 1, jogador, modelo, cantora, ator, time e até estádio de futebol. Só não tem presidente da República e ministro do Meio Ambiente. Ou melhor, tem, mas em outros países.

O presidente se manifestou afirmando que o aumento de 82% das queimadas na Amazônia em 2019 é uma emergência mundial e que precisa ser discutida no G7, que inclui os países mais ricos do mundo. O presidente em questão não é o que o Brasil elegeu em 2018, mas o que os franceses escolheram. Emanuel Macron engrossou a pressão que pode levar até a um boicote de produtos brasileiros no mercado externo.

O Ministério do Meio Ambiente que demonstrou mais preocupação foi o alemão, e não o nosso. Porque Ricardo Salles, embora reconheça um crescimento do número de queimadas, como seu chefe, procura culpados entre todos e não entre os seus. Mesmo tendo reduzido verbas para a prevenção de incêndio, desacreditado os dados do Inpe, mandado embora o responsável pelo monitoramento e insistido em um discurso que incentiva a destruição do patrimônio natural, acha que o governo é, acreditem, a vítima da história. 

A crise fez até ruralistas se preocuparem. O presidente da Associação Brasileira do Agronegócio, Marcello Britto, diz que vai custar caro para que o país reconquiste sua confiança em alguns mercados internacionais. Um dos maiores produtores de soja no Brasil, Blairo Maggi também mostrou preocupação com os reflexos econômicos do descontrole.

Há atos em defesa da Amazônia marcados para dezenas de cidades no Brasil e no mundo hoje e amanhã. Cinquenta e duas organizações não governamentais divulgaram nota atacando a postura do governo. Em meio ao incêndio, uma pessoa acha que está tudo normal: Jair Bolsonaro.