Prefeitura de Belo Horizonte

Rogério Correia diz que nome da 'ultradireita' será o maior adversário

Deputado federal pelo PT-MG lançará oficialmente sua pré-candidatura, no dia do aniversário de BH, terça (12)

Por Cynthia Castro
Publicado em 10 de dezembro de 2023 | 12:05
 
 
 
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No dia do aniversário de 126 anos de Belo Horizonte, próxima terça-feira (12), o deputado federal Rogério Correia (PT-MG) lançará oficialmente sua pré-candidatura a prefeito da cidade e, também, o movimento que está sendo chamado de “BH pode mais”. Será às 19h, na Faculdade de Direito da UFMG, no centro. A menos de um ano para as eleições municipais, o pré-candidato do Partido dos Trabalhadores afirma que o seu principal adversário deverá ser o nome lançado oficialmente pelo que ele chama de “ultradireita”.

“Acredito que essa disputa também se dará muito pelo ponto de vista político, ideológico, de ideias. Então, hoje, eu vejo que quem representa esse campo da ultradireita, como o deputado estadual Bruno Engler (PL-MG) e até mesmo o senador Carlos Viana (Podemos-MG), serão os meus principais adversários, no sentido de haver uma diferença nas propostas políticas”, afirmou.

Mesmo sendo uma eleição para o Executivo municipal, na qual os projetos específicos para a cidade tendem a ter um peso maior na decisão do eleitor, Rogério Correia acredita que a tendência é de certa polarização, ainda que menos acirrada do que na disputa para presidente da República. De qualquer forma, o deputado federal considera que as diferenças ideológicas se refletem nas propostas para a cidade.

Ele promete, por exemplo, que suas ações priorizarão o respeito à diversidade de religiões, gênero, raça e, também, as periferias. “Queremos levar segurança para quem mora nas periferias e estimular a participação social dessas pessoas, com a presença do Estado. É diferente do conceito de que a segurança está ligada a mais repressão aos mais pobres”, defendeu.

Rogério Correia disse ainda que sua conduta e plano a ser apresentado estarão sempre alinhados a programas do governo federal, como Mais Médicos, Bolsa Família, Escola em Tempo Integral. No lançamento oficial da pré-candidatura nesta semana, estão sendo esperados os ministros Márcio Macedo (Secretaria-Geral da Presidência da República) e Luiz Marinho (Trabalho e Emprego).

 

Alianças


Internamente, entre alguns integrantes do PT em Minas, há divergências sobre o nome de Rogério Correia estar à frente da disputa na capital. Alguns consideram que o Partido dos Trabalhadores deveria estar junto do atual prefeito Fuad Noman (PSD), que ainda não falou oficialmente que é candidato, mas que, na prática, tem aparecido mais em agendas públicas e tem tido conversas estratégicas nos bastidores.

Rogério Correia disse neste domingo (10) a O TEMPO que a partir de agora a ideia é ampliar o debate em torno da construção de alianças. Ele afirmou que o partido espera ter o apoio do Psol ainda no primeiro turno. Recentemente, a deputada estadual Bella Gonçalves foi oficializada como pré-candidata do Psol à Prefeitura de Belo Horizonte.

“Há um esforço coletivo para as alianças. Nossa federação - PT, PV e PCdoB - está unida. Mas avançamos numa discussão com a federação Psol, Rede, nesse aspecto. O PT já apoia a candidatura do Boulos em São Paulo. É uma decisão nacional que em Belo Horizonte haverá candidato próprio, e, no Rio, estamos com uma aliança mais ampla, com Eduardo Paes, para derrotar o bolsonarismo”, afirmou. 

 

Kalil


Ao comentar sobre as conversas buscando alianças, Rogério Correia afirmou que  Alexandre Kalil (PSD), ex-prefeito de Belo Horizonte e um dos principais cabos eleitorais da cidade, "é uma figura importantíssima". "Foi um prefeito muito bem aceito. Teve apoio do PT e o meu, particular, para governador".

Nos últimos dias, as informações de bastidores eram de que Kalil iria apoiar o seu ex-secretário de Saúde, Jackson Machado, que atuou durante a pandemia de Covid-19. Entretanto, atualmente, Jackson Machado, que é médico, não está nem filiado a nenhum partido e não confirmou ter intenção de concorrer à prefeitura ou de entrar novamente na política.

Nos bastidores, algumas informações que chegaram à reportagem é que esse “apoio” de Kalil a um nome que nem pré-candidato é pode ter sido uma "cutucada” do ex-presidente do Atlético no atual chefe do Executivo municipal, Fuad Noman. Outros interlocutores acreditam que o "apoio" a Jackson Machado Pinto é “pra valer”, pela atuação do secretário no combate à Covid. Há ainda quem especule que essa pode ser uma tentativa de Kalil emplacar um vice a prefeito, já pensando em possíveis acordos para 2026.

Sem falar oficialmente sobre possíveis apoios e eleições, na última semana, Kalil rebateu qualquer possibilidade de “mandar aviso” a Fuad. “Cutucar os outros não faz parte do meu estilo. Meu estilo é ser direto”, disse o ex-prefeito.

 

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