O secretário de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais, Rogério Greco, afirmou, nesta terça-feira (20), que não sabe opinar sobre o pedido de reajuste reivindicado pelos servidores da segurança pública.
Ele é um dos convidados do Assembleia Fiscaliza, que recebe secretários de Estado e dirigentes de órgãos estaduais durante duas semanas para prestarem contas sobre os primeiros meses de trabalho do ano.
A categoria pede a recomposição de perdas inflacionárias de 35,44%, índice corresponde a perdas inflacionárias acumuladas entre 2015 e 2022.
Greco disse que a “discussão com relação a percentual não é da Secretaria de Justiça e Segurança Pública, ela é feita pela SEPLAG, através de visão orçamentária” e acrescentou que entrou no governo “depois que já tinham feito qualquer tipo de acordo, depois da segunda metade do mandato passado, então eu não participei de nenhum tipo de discussão, não sei exatamente o que aconteceu”.
No final de 2019, o governo Zema concordou em reajustar os salários dos servidores da segurança em 41,7%. As correções seriam aplicadas de forma escalonada: 13% em julho de 2020, 12% em setembro de 2021 e mais 12% em setembro de 2022.
No entanto, em março de 2020, em meio à pandemia da Covid-19, o governador sancionou apenas o primeiro reajuste e vetou as parcelas previstas para os anos seguintes.
Agressões na ALMG
Nesta segunda-feira (19), primeiro dia do Assembleia Fiscaliza, servidores da segurança pública estiveram no local para cobrar a recomposição dos vencimentos. Durante uma das reuniões, um policial penal agrediu verbal e fisicamente o deputado João Magalhães (MDB) e também um segurança da Casa.
Apesar da confusão, Greco comentou que não percebe um clima ruim. Para ele, “toda vez que você lida com aumento, as pessoas criam uma expectativa, mas eu não vejo nada de ruim para a tropa, as pessoas entendem também a situação atual do governo. Essa parte financeira não compete à SEJUSP e até é uma parte extremamente política, nem político eu sou, nem filiado a nenhum partido político eu sou, então a nossa secretaria é 100% técnica”.
Depois do episódio de agressões na Assembleia, os servidores anunciaram a manutenção ao que chamam de “operação tartaruga”, quando trabalham cumprindo apenas o mínimo exigido, na estrita legalidade.
Mais uma vez, o chefe da pasta se esquivou da questão, argumentando que “ninguém trabalha na extrema ilegalidade, todo mundo tem que trabalhar na legalidade, então se falar agora que é na legalidade, que dizer que antes era ilegal? Estavam trabalhando esses anos todos na ilegalidade? Não, não é isso. Então a gente não tem que usar expressões que vão maquiar determinados comportamentos”.