Nomes conhecidos da política nacional participaram do lançamento da pré-candidatura do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), à presidência da República no próximo ano. O ex-deputado e ex-procurador da operação Lava-Jato, apresentado no material de divulgação do evento como embaixador do Partido Novo, conversou com a reportagem de O TEMPO e deu pistas de qual deve ser o discurso para incluir o governador mineiro no debate nacional.
“Temos que fazer o discurso daquilo que a gente acredita e o que nós acreditamos: em ter ordem e segurança com a base da pirâmide. A gente não consegue prosperar e gerar desenvolvimento numa sociedade desordeira, em que o criminoso é tratado como vítima e o policial vai para a cadeia como bandido; onde grandes esquemas de corrupção prosperam e o governo fecha os olhos”, afirmou Dallagnol.
Ele foi um dos responsáveis pelas investigações que levaram o presidente Lula (PT) para a cadeia em 2018. O ex-procurador foi eleito deputado federal em 2022 e teve o mandato cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral, em 2023, por infringir a Lei da Ficha Limpa, após renunciar ao cargo de procurador supostamente para evitar investigações administrativas sob sua conduta na gestão de recursos e ações da operação Lava-Jato.
A mira no PT, partido do presidente Lula, deve continuar sendo presença nos discursos do governador Zema, pelo menos no que depender de Dallagnol, que defendeu que Zema deve utilizar sua experiência no governo mineiro para mostrar que é possível tirar a legenda do poder.
Caminho semelhante é defendido pelo deputado federal Marcel van Hattem (Novo-RS), que ainda acrescenta a necessidade de mirar no Supremo Tribunal Federal (STF) e evitar ataques ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) — atualmente inelegível —, que deve continuar sendo o principal líder dos candidatos de direita nas eleições do próximo ano, de acordo com o parlamentar.
“A inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro é uma injustiça enorme; é algo que foi feito só para tirá-lo do tabuleiro político, sem fundamento legal, e nós somos solidários a ele nessa perseguição que ele tem sofrido, assim como muitos outros, inclusive eu mesmo”, disse.