Privatização

Romeu Zema oferece estatais para empresários chineses

Governador disse aos investidores que entregas à iniciativa privada acontecerão em todo Brasil

Por Heitor Mazzoco
Publicado em 14 de setembro de 2019 | 03:00
 
 
 
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O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), ofereceu estatais mineiras para empresários da China, em um momento em que o presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), ensaia uma aproximação ao país asiático. 

Durante visita à região Norte de Minas, o governador afirmou que investidores do país, há anos governado por um regime comunista autoritário e que por vezes confunde Estado com iniciativa privada, terão oportunidade de investimento com as privatizações que devem ocorrer nos próximos meses em todo o Brasil. 

“Aproveitar que nós temos aqui hoje (quinta-feira) empresários chineses, como eu disse há pouco, nós teremos não só em Minas, como no Brasil, grandes oportunidades para investidores que poderão investir nas empresas que serão privatizadas”, afirmou o governador mineiro. 

O discurso foi realizado poucos dias antes do prazo prometido pelo governo para enviar à Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) o esperado pacote de recuperação fiscal, que prevê uma série de privatizações no Estado. Nesse pacote, por exemplo, devem aparecer a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) e a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa).

Para o Estado ser aceito no plano de recuperação fiscal do governo federal, as privatizações são exigidas. Ainda durante o encontro com empresários da China, o governo assinou um protocolo de intenções de investimento para o Norte de Minas no valor de R$ 7,9 bilhões.

Em vídeos publicados em suas redes sociais, Zema falou sobre a reunião com chineses. O governador, numa tentativa de apresentar Minas Gerais, citou que o Estado é conhecido pelas cidades históricas. Zema disse também que quem investir aqui estará próximo de grandes centros comerciais, como São Paulo. 

“O Estado de Minas Gerais tem o maior interesse de estreitar relações com a China e que empresas chinesas industriais se instalem aqui. Nós estamos trabalhando para dar segurança jurídica e temos feito grandes avanços. Temos uma localização privilegiada, e qualquer empresa que se instale no nosso Estado tem grande potencial para vender aos grandes centros consumidores, como São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador”, disse Zema.

Cônsul da China, Li Yang, durante a reunião, falou que Minas tem recursos naturais e urbanos interessantes aos investidores. 

Aproximação. Ao mesmo tempo, o presidente Bolsonaro mostra intenção de se aproximar do país asiático, apesar das claras divergências ideológicas com o regime de esquerda. Caso esteja em condições após a cirurgia realizada recentemente, o presidente deve visitar a China em outubro próximo. Antes, a comitiva de Bolsonaro passará por países árabes, que também não viram com bons olhos o começo do atual governo brasileiro, pela aproximação com Israel. 

A visita à China é vista pelo governo federal como uma oportunidade para Bolsonaro demonstrar que não tem problemas com o país. 

Isso porque, durante a campanha eleitoral, o então candidato havia afirmado que não era correto deixar chineses expandirem investimentos para diversos países.

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