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Secretário da Fazenda de Minas diz que não pode prever pagamento ao servidor

Gustavo Barbosa afirmou que esforços estão sendo feitos, mas devido à pandemia de Covid-19, governo de Romeu Zema evita falar em datas; sindicato critica incerteza

Por Bruno Mateus
Publicado em 03 de abril de 2020 | 17:15
 
 
 
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A pandemia do novo coronavírus impactou diversos setores do Estado e com o funcionalismo público não seria diferente. Diante da crise da Covid-19 e dos prejuízos aos cofres do Estado com a falta de arrecadação e redução da atividade econômica, os servidores terão de aguardar para saber a data em que receberão os vencimentos referentes à março.  Em entrevista à Rádio Super 91,7 FM na tarde desta sexta-feira (3), o Secretário de Estado da Fazenda, Gustavo Barbosa, evitou estipular prazos para o pagamento do setor.

“Se colocarmos uma data hoje e aquela (esperada) arrecadação não acontecer, estarei falhando, mais uma vez, com o servidor. Precisamos ter a real noção do que está sendo arrecadado”, afirmou Barbosa. O titular da pasta da Fazenda disse compreender a aflição do servidor, mas ponderou que o contexto atual mudou a realidade no Estado e por isso o governo de Minas agora evita falar em datas. “Desde 2019, temos um comportamento de dar previsibilidade ao pagamento, mas isso se rompeu, principalmente, a partir da segunda quinzena de março. Neste momento, não há como fazer essa previsão”, argumentou. 

Questionado sobre a possibilidade de o Estado adotar um programa de demissão voluntária, Gustavo Barbosa rechaçou a ideia e explicou: “Quando você faz isso para o servidor, geralmente quem exerce é quem está à beira da aposentadoria, que iria para a Previdência do Estado, aumentando a despesa, pois não há um desvinculamento imediato. O que temos feito são programas de demissões voluntárias nas estatais independentes, que não oneram o Estado”. 

Por fim, o Secretário da Fazenda falou sobre o cenário de diminuição de receitas, mas afirmou que todos os recursos demandados ao combate à pandemia estão sendo liberados normalmente. “É importante dizer isso para que as pessoas se tranquilizem. O contigenciamento de despesas não atinge a saúde”, concluiu Gustavo Barbosa.

Sindicato critica declaração

Diretor político do Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público do Estado de Minas Gerais (SindPúblicos-MG), Geraldo Henrique lamentou a notícia e criticou a fala do Secretário da Fazenda. Para o dirigente sindical, essa postura reflete o descaso do governo Zema com o funcionalismo público. “Diante dessa pandemia, os servidores são os grandes guardiões do Estado, principalmente nas áreas de saúde e segurança pública. O governo deveria encontrara saídas para que o pagamento saia o mais rápido possível e não dar uma notícia desagradável como essa”, disse Geraldo Henrique. 

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