Investigação

Uerj pagou R$ 2 milhões a aliados do PL e assessor de Carlos Bolsonaro, diz site

Entre beneficiários estão um vendedor de churrasquinho e uma acusada de praticar “rachadinha que fizeram campanha para Altineu Côrtes, líder do PL na Câmara dos Deputados

Por O Tempo Brasília
Publicado em 19 de maio de 2023 | 09:11
 
 
 
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A Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) pagou ao menos R$ 2,4 milhões a aliados dos líderes do PL, partido de Jair Bolsonaro, na Câmara e no Senado, e a um dos principais assessores de Carlos Bolsonaro (Republicanos) na Câmara do Rio. As contratações em projetos de pesquisa com folhas de pagamento secretas se concentraram às vésperas da campanha eleitoral de 2022. 

As informações são do portal UOL. Reportagem nesta sexta-feira (19) diz ter identificado nas folhas de pagamento sem transparência de projetos da Uerj ao menos 20 aliados de Altineu Côrtes, líder do PL na Câmara dos Deputados.

Entre eles, estão um vendedor de churrasquinho e uma acusada de praticar “rachadinha” que fizeram campanha para Côrtes. Quinto deputado mais votado do Rio de Janeiro em 2022 (obteve 167.512 votos), ele tem estado na linha de frente da defesa de Bolsonaro em meio às recentes investigações contra o ex-presidente. 

Carlos Portinho, líder do PL no Senado, teve a mãe e um assessor de gabinete empregados pela universidade. Ele era suplente e assumiu o mandato em 2020 após a morte de Arolde de Oliveira. 

Rogério Cupti de Medeiros Júnior, assessor do vereador Carlos Bolsonaro desde 2021, e uma tia dele, também apareceram nas planilhas de pagamento secretas da Uerj. Cupti desenvolveu o aplicativo “Bolsonaro TV”, que reúne postagens do ex-presidente.

Com salário de R$ 14 mil, Rogério Cupti é considerado um dos principais assessores de Carlos Bolsonaro e já advogou para o vereador em ações na Justiça. Em um dos debates presidenciais da TV Globo, no ano passado, ele acompanhou Jair Bolsonaro e Carlos. 

Os dados, sob sigilo, aos quais o UOL teve acesso, mostram que os pagamentos aos apadrinhados dos bolsonaristas ocorreram em 2021 e 2022, mas se concentraram no primeiro semestre do ano passado, véspera da campanha eleitoral. Eles foram contratados como bolsistas em dois projetos —um de inovação em escolas públicas e outro de educação profissional— realizados com recursos estaduais e federais transferidos a partir de órgãos do governo Cláudio Castro (PL).

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