Câmara de BH

Vereador Cláudio Duarte nega crime de rachadinha e acusa ex-assessor

Defesa foi encaminhada à Comissão Processante que apura uma suposta quebra de decoro parlamentar

Por Lucas Henrique Gomes
Publicado em 16 de maio de 2019 | 19:06
 
 
 
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O vereador de Belo Horizonte Cláudio Duarte (PSL), que está afastado por 60 dias após suposto envolvimento no crime conhecido como “rachadinha”, apresentou sua defesa prévia à Comissão que investiga quebra de decoro parlamentar na Câmara Municipal de Belo Horizonte. 

No documento protocolado na tarde de ontem na Casa, Cláudio Duarte nega todas as acusações e classifica como caluniosas as denúncias feitas pelo ex-assessor Marcelo Caciano à imprensa e à polícia.

No documento de 46 páginas, a defesa de Cláudio busca desqualificar a aptidão do advogado Mariel Marra para apresentar a denúncia contra o parlamentar, sustenta a tese de que não houve a prática do crime por Cláudio Duarte, além de citar por diversas vezes supostas mentiras do ex-assessor em decorrência de descontentamento após a exoneração. 

Segundo a defesa, dos aproximadamente dez depoimentos prestados à autoridade policial, apenas um, além do próprio Marcelo Caciano, declara que havia repasse voluntário de valores. “Contudo, segundo tais declarações o repasse era feito ao próprio Marcelo e não ao vereador Cláudio Duarte. Muitos servidores do gabinete do vereador Cláudio Duarte efetuaram depósitos de valores diversos, para contribuição voluntária, não ao vereador, mas ao Partido da Mobilização Nacional (PMN)”, diz parte da defesa se referindo à sigla na qual o parlamentar era filiado.

Na conclusão da defesa, o advogado Vicente Rezende afirma que tanto a prisão temporária e demais medidas cautelares, quanto as notícias publicadas, se pautaram “apenas em alegações construídas e inverídicas, pelas quais, em momento oportuno, responderão seus autores”.

Caso a defesa não seja acolhida e a investigação na Câmara prossiga, Rezende pede que dez testemunhas sejam ouvidas, além do próprio vereador. 

Na última segunda-feira (13), o vereador recorreu às redes sociais para classificar a prisão como um jogo político. Duarte ficou preso temporariamente entre 2 e 12 de maio e foi solto depois de ter admitido que havia uma "sangria" no seu gabinete, que é quando existe uma doação voluntária por parte dos servidores. 

Reunião

A próxima reunião da Comissão Processante da Câmara Municipal de Belo Horizonte está marcada para a próxima segunda-feira (20), quando o vereador Mateus Simões (Novo), relator do processo, deve decidir se arquiva ou se aceita a denúncia contra o colega. 

Veja a defesa prévia apresentada pelo vereador na íntegra

 

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