O vereador Mateus Simões (Novo) protocolou nessa terça-feira relatório com parecer favorável à cassação do colega da Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH) Cláudio Duarte (PSL) por quebra de decoro parlamentar, alegando que, além de recolher quantias em dinheiro dos salários dos servidores de seu gabinete, prática conhecida como “rachadinha”, Duarte chegou a ser preso pela Polícia Civil pela ilegalidade.
De acordo com Simões, relator da comissão extraordinária que analisa o caso, os colegas Reinaldo Gomes e Coronel Piccinini, componentes do grupo, não devem discordar da conclusão, já que o trabalho foi feito de forma “técnica, sem envolvimento político”.
“O parecer foi apresentado e vai ser apreciado pela comissão nos próximos dias. Ela (a comissão) vai se reunir ainda neste mês e, assim que (o relatório) for aprovado, será imediatamente levado para a presidente (da Câmara Nely Aquino) para que ela marque a sessão de julgamento no plenário”, disse.
Para Simões, não há escapatória para Duarte, pois as provas seriam contundentes. “Está definitivamente comprovado que ele recolhia parte dos salários dos assessores, aqueles que ganhavam mais, isso está bem evidente. A destinação desse dinheiro não está comprovada, mas isso não é relevante. Há quem diga que o dinheiro era para atividade política do mandato, ou recolhido pelo vereador, ou que uma parte ia para o partido, mas isso não é relevante”, disse Simões.
“Inclusive, de um servidor especificamente, o chefe de gabinete ficava com o cartão bancário e sacava o salário praticamente inteiro. Ele tinha salário de R$ 11 mil e recebia só R$ 1.000 em espécie, o resto era recolhido. Além disso, está demonstrado que ele mentiu ou para nós, ou para a polícia, e isso também é quebra de decoro”, continuou.
Pelo fato de a Câmara passar por um momento delicado, Simões não acredita que os demais colegas tentem salvar Duarte. São necessários 28 votos num universo de 41 para que ele seja cassado. “Em plenário, óbvio que passa por ponderações políticas, mas espero que os vereadores ponham a mão na consciência. A Câmara vive um momento vergonhoso, e não há por que tentar proteger um vereador que comprovadamente realizou ilícitos éticos graves. Espero que a gente tenha o desfecho disso ainda no curso da primeira semana de agosto com a confirmação da cassação”, completou.