A convenção nacional do Patriota no interior de São Paulo nesta segunda-feira (31) que permitiu a filiação de membros da família do presidente Jair Bolsonaro fez com que parlamentares da sigla em Minas Gerais buscassem uma reunião para entenderem o que aconteceu e tentarem decidir os respectivos futuros. O senador Flávio Bolsonaro anunciou, inclusive, a sua filiação ao partido logo após o encontro que foi presidido – sob críticas – pelo presidente nacional do partido Adilson Barroso.

O vereador de Belo Horizonte Wanderley Porto, que até o ano passado presidia a legenda na capital mineira, disse que foi pego de surpresa com a decisão e que a chegada do filho do presidente é uma “vergonha alheia”. “Fomos pegos de surpresa com a manobra feita pelo presidente da legenda Adilson Barroso. Ele alterou o estatuto, alterou membros da executiva nacional de uma forma que acreditamos que foi ilegal, para que pudesse ter maioria. Uma vergonha alheia ainda, receber na legenda o senador Flávio Bolsonaro, acusado de rachadinhas, não explicou ainda como comprou uma mansão de R$ 6 milhões e tantos outros fatos que implicam sobre essa família”, declarou.

Porto disse que o vice-presidente nacional Ovasco Resende ingressou na Justiça para tentar anular “todo o circo promovido por Adilson Barroso”.

Em contato com a reportagem, o deputado estadual Doorgal Andrada disse que ainda não obteve “todas as informações” sobre o dia agitado no partido e que deve se reunir com o deputado federal Fred Costa, presidente estadual do Patriota em Minas, para “primeiramente entender o ocorrido”. Perguntado se o encontro poderia chancelar também a saída dele da sigla ou se descartaria essa hipótese, Andrada disse que não poderia responder por não ter as informações necessárias.

O vereador da capital Gabriel Azevdo também tentava contato com o presidente estadual Fred Costa para se inteirar sobre os fatos. Recentemente, Azevedo declarou que se o presidente ou familiares dele entrassem por uma porta no partido, ele sairia por outra.