A escolha da vice-prefeita de Salvador, Ana Paula Matos, para ser vice de Ciro Gomes nas eleições à presidência da República representa diferentes acenos par parte da chapa do PDT.
Ao apresentar a companheira de chapa, tanto Ciro como o presidente do partido, Carlos Lupi, destacaram repetidas vezes o fato de ela ser negra, baiana e de origem humilde. No anúncio, também foi reforçado o fato de ela ter trabalhado em diferentes funções na gestão do ex-prefeito de Salvador, ACM Neto, de 2013 a 2020.
“No fundo, é a gente querer mostrar pra sociedade um quadro de superação. Uma professora de origem humilde, uma mulher negra da Bahia, e aí tô piscando os dois olhos pro ACM Neto”, disse Carlos Lupi.
Candidato ao governo da Bahia pelo União Brasil, ACM Neto não se posicionou oficialmente sobre a corrida ao Palácio do Planalto. Seu partido lançou a candidatura da senadora Soraya Thronicke.
Segundo Carlos Lupi, Ana Paula “faz uma contrabalança com o perfil de Ciro”. Em tom otimista, disse que com a escolha dela, começa a “virar a página do Brasil”.
Em sua primeira declaração como candidata, Ana Paula Matos disse que sua principal atuação está na área social.
“Apresentar ao Brasil um projeto de desenvolvimento econômico e social. Não acredito no desenvolvimento econômico sem o social. A sustentabilidade é ambiental, mas é social”.
Ana Paula Matos, 44 anos, é advogada, professora e é servidora concursada da Petrobras. Iniciou a trajetória política como diretora-geral de Educação de Salvador, em 2013, na gestão de ACM Neto. Na sequência, foi chefe de gabinete da vice-prefeitura, secretária de Promoção Social e combate à pobreza e secretária de Governo de Salvador. Em 2020 foi eleita vice-prefeita da capital baiana em chapa com Bruno Reis (DEM).
Eleições de 2018
Questionada, Ana Paula Matos disse acreditar que estará no segundo turno e vencerá as eleições e desconversou sobre apoio em uma eventual disputa final entre Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL).
Sobre as eleições de 2018, a vice de Ciro Gomes sinalizou ter apoiado Fernando Haddad (PT) no segundo turno contra Bolsonaro.
“Em 2018, eu participava da gestão do governo ACM. No primeiro turno, o governo marchou com Geraldo Alckmin [PSDB]. No segundo turno, eu e nosso candidato a deputado federal fomos as vozes que se opuseram a um apoio ao candidato Bolsonaro”, disse.
Também eram cogitadas para vice de Ciro a ex-reitora da Universidade de São Paulo (USP), Suely Vilela; as deputadas estaduais Delegada Martha Rocha (RJ) e Juliana Brizola (RS), e a coordenadora da campanha e vice-prefeita de Recife, Isabella de Roldão.
O TEMPO agora está em Brasília. Acesse a capa especial da capital federal para acompanhar as notícias dos Três Poderes.