A poucos dias de conhecer a proposta do Ministério da Fazenda para renegociar a dívida dos Estados com a União, o vice-governador Mateus Simões (Novo) questionou se a alternativa sugerida a Minas Gerais pelo presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD), terá, de fato, um parecer. Em entrevista nesta sexta-feira (22) ao Café com Política, da FM O TEMPO 91,7, Simões sugeriu que a proposta da Fazenda pode deixar de lado a federalização de Cemig, Copasa e Codemig.
Simões observou que a reunião na próxima terça (26), em que, em tese, a Fazenda apresentaria o parecer da viabilidade da proposta de Pacheco para Minas, envolverá todos os governadores. “Isso me faz pensar que nós não vamos ouvir uma resposta sobre a proposta do senador Rodrigo Pacheco, mas ouvir uma proposta sobre a dívida brasileira. É ótimo, é bem-vindo, mas pergunto: o governo federal não vai analisar a proposta do senador Rodrigo Pacheco?”, desconfiou.
Procurado, Pacheco diz que prefere aguardar a apresentação do projeto por parte do Ministério da Fazenda na próxima semana. Além de propor a federalização, o presidente do Congresso sugere que créditos em haver da União com o Estado, como, por exemplo, os R$ 8,7 bilhões em compensações da Lei Kandir e a parcela a que terá direito Minas na repactuação de Mariana, sejam utilizados para abater parte da dívida de cerca de R$ 165 bilhões de Minas. O restante da dívida, então, seria dividido em parcelas iguais por 12 anos.
Segundo o vice-governador, notícias recentes dão a entender que a Fazenda irá propor aos Estados, na verdade, uma mudança do indexador da dívida, que, hoje, é corrigida pelo IPCA, mais uma taxa nominal de juros de quatro pontos percentuais. “Posso me surpreender e o Ministério da Fazenda apresentar as duas coisas misturadas, mas estou em uma semana de ansiedade, porque a gente andou tendo esses vazamentos na imprensa sobre a mudança do índice de correção”, reforçou.
Simões afirmou que, caso a federalização não esteja na proposta da Fazenda, o governador Romeu Zema (Novo) irá atrás de Pacheco, que “tem essa boa relação com o presidente Lula”, para que se empenhe junto ao governo federal. “Estamos dispostos a dar a ele todo o apoio necessário para que a proposta dele possa prosperar. Minas Gerais precisa da ajuda de todo mundo”, apontou o vice-governador.