Fim do mandato

Wellington Magalhães tem mandato de vereador cassado pela Câmara de BH

Foram 32 votos pela cassação e 2 abstenções

Por Lucas Henrique Gomes
Publicado em 22 de novembro de 2019 | 11:38
 
 
 
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Os vereadores de Belo Horizonte cassaram nesta sexta-feira (22) o mandato de Wellington Magalhães (DC). Seis votações, de infrações diferentes, foram enviadas ao plenário, bastando em que uma delas houvessem 28 votos pela cassação para que o ex-presidente fosse cassado. No total, foram 32 votos favoráveis ao fim do mandato do vereador e duas abstenções. 

A votação necessária foi atingida já na primeira apreciação sobre a quebra do decoro parlamentar, devido ao processo de improbidade administrativa por fraude em licitação e recebimento de propina.

Os seis itens apreciados foram: improbidade administrativa apontada pelo Ministério Público, como fraude em licitação e recebimento de propina;  o uso da tornozeleira eletrônica durante o mandato; tráfico de influência na Polícia Civil; ameaças a vereadores e cidadãos; desmonte da procuradoria da Câmara, além de falsas declarações dadas à polícia. 

Com a cassação, Wellington Magalhães é o segundo vereador na história a ser cassado pelo Legislativo municipal. O primeiro tinha sido Cláudio Duarte, em agosto passado.

Tornozeleira eletrônica

Sobre o uso de tornozeleira durante o mandato, foram 26 votos pela cassação, quatro pela absolvição e duas abstenções. 

Em relação ao tráfico de influência, Magalhães também seria cassado por 32 votos e duas abstenções.

Já por ameaçar companheiros do Legislativo, Wellington foi cassado por 32 votos e 2 abstenções. O mesmo placar valeu para as acusações de desmonte da procuradoria da Câmara e falsas declarações à polícia.

Apenas Autair Gomes (PSC) e Flávio dos Santos (Podemos) votaram com Magalhães ao se absterem em todas as votações.

Durante toda a sessão, Magalhães esteve no espaço de lanche do plenário conhecido como “Casa da Dinda”. Só quando seu advogado, Sérgio Rodrigues, começou a falar que ele se sentou em uma cadeira no plenário com um dos filhos no colo. Ali, passou os últimos instantes como vereador. 

Após iniciar a vida política nos anos 90, trabalhando para deputados estaduais e federais, Magalhães se candidatou pela primeira vez a vereador em 2004. Desde então, o parlamentar cassado acumulou quatro mandatos, uma presidência conturbada no biênio 2015-2016, denúncias, afastamentos judiciais, prisão e monitoramento eletrônico. 

Magalhães viu parte da galeria ontem ser preenchida por moradores da cidade. Após a primeira votação, quando o ex-presidente já tinha o veredito, alguns dos presentes começaram a gritar palavras de ordem contra os que votaram pela cassação.

Enquanto fazia uso da palavra, o advogado Sérgio Rodrigues disse que, se os vereadores entendessem que ação de improbidade comprova crime, muitos dos presentes também poderiam ser cassados.

Silêncio, tensão e atrasos marcaram sessão

Durante a sessão, apenas o advogado de Wellington Magalhães (DC) se pronunciou. Os vereadores, que tinham 15 minutos cada um para manifestações, preferiram não usar da prerrogativa. 

A tensão era visível no semblante dos parlamentares, que não demoravam a ir embora após o fim da votação.
A curiosidade ficou por conta dos “atrasados” para votar. Gilson Reis (PCdoB), que realizou uma cirurgia no olho nesta semana, chegou ao plenário logo depois da primeira votação, quando Wellington Magalhães já estava cassado.

Já Coronel Piccinini (PSB), chegou quase uma hora depois do fim da sessão. Ao ver o plenário vazio, ficou surpreso ao saber que a votação já tinha ocorrido. “Pelo que estava acompanhando, achei que seria na parte da tarde”, disse.

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