A utilização de Inteligências Artificiais (IA) para elaborar dietas personalizadas tem se popularizado nas redes sociais. Esse método, que promete ser prático e econômico, consiste em usuários fornecendo dados pessoais a sistemas de IA, que, por sua vez, criam planos alimentares. Contudo, profissionais da saúde e nutrição alertam para os riscos dessa prática. 

Nutricionista e educadora física, Dani Borges expressou preocupação com a confiança em sistemas automatizados para a criação de dietas. “Uma Inteligência Artificial, por mais avançada que seja, ainda não é capaz de analisar sinais clínicos, histórico de saúde familiar, exames laboratoriais ou questões hormonais essenciais para a personalização de uma estratégia nutricional. Cada pessoa tem necessidades específicas que precisam ser consideradas”, afirmou. 

Segundo a especialista, há a necessidade de uma abordagem mais individualizada na nutrição, que pode ser garantida somente com o suporte de um profissional. Ela destacou que a prática de confiar em IA para dietas personalizadas ignora aspectos importantes como intolerâncias alimentares, deficiências nutricionais, a relação emocional com a comida e alterações metabólicas específicas.

Borges relatou que, embora a tecnologia possa ser útil em alguns contextos, não deve substituir o atendimento de profissionais da saúde. “É diferente usar uma IA para montar uma lista de compras do que para definir as necessidades do seu organismo. Alimentação é saúde, e saúde exige responsabilidade e profissionalismo. Você vai mesmo confiar a sua saúde a um robô?”, questionou.