O Dia Mundial do Orgasmo é comemorado nesta quinta-feira (31) com foco na conscientização sobre a importância do autoconhecimento corporal para alcançar satisfação sexual plena. A data foi criada em 1999, na Inglaterra, por uma rede de sex shops como uma estratégia comercial para tentar aumentar as vendas de produtos eróticos. Entretanto, na época, uma pesquisa já apontava a insatisfação das britânicas com a vida sexual.
A criação do dia, embora tenha surgido como uma estratégia de marketing, reforça a importância de promover debates e quebrar tabus ao longo dos anos, principalmente entre as mulheres. Celebrada há 26 anos, a data é considerada um momento importante para celebrar o ápice do prazer e promover discussões sobre a saúde sexual.
As mulheres são as principais protagonistas das discussões sobre orgasmo por enfrentarem mais desafios para alcançá-lo devido a fatores sociais e anatômicos.
"O menino, quando vai crescendo, consegue ter fácil acesso ao pênis, enquanto para nós, mulheres, é um órgão completamente interno. A gente consegue sentir, mas não consegue ver. Esta condição, tanto social como anatômica, deixa o homem com vantagens para o seu orgasmo", afirma Claudia Petry, pedagoga com especialização em sexologia clínica e integrante da Sociedade Brasileira de Sexualidade Humana.
O prazer faz bem à saúde
Pesquisas em todo o mundo e especialistas apontam que o orgasmo traz inúmeros benefícios para o corpo. Entre eles estão a liberação do hormônio da felicidade, tonificação do assoalho pélvico com as contrações involuntárias, melhora do humor, diminuição da ansiedade, melhoria da intimidade e da parceria, além sensação de prazer em vários aspectos na vida.
Apesar dos benefícios, algumas mulheres podem relatar dor de cabeça após o orgasmo. Quando isso ocorre, a orientação é procurar um médico que tenha um olhar para a sexualidade, para tentar entender o que está acontecendo. “É a área médica que vai ter esse olhar para tentar entender o porquê desse desconforto pós orgasmo”, explica Claudia Petry.
A "ditadura" do orgasmo também é um conceito que deve ser trabalhado, já que muitas mulheres que não alcançam essa sensação são consideradas anormais. Para Claudia, o autoconhecimento é fundamental para a experiência plena do prazer feminino. "Toda mulher é orgástica, ou seja, pode atingir o orgasmo", declara.
O beijo e o orgasmo
Estudos realizados pela Universidade de Barcelona revelam dados importantes sobre o beijo e sua relação com o orgasmo feminino. A pesquisa revela que o beijo estimula a liberação de quatro neurotransmissores que provocam diferentes reações na mulher: dopamina e serotonina, que aumentam o prazer; epinefrina, que aumenta a frequência cardíaca, o tônus muscular e o suor; e ocitocina, que gera bem-estar, afeto e confiança. O beijo também libera feniletilamina, elevando o desejo sexual feminino, e óxido nítrico, que relaxa os vasos sanguíneos.
Dani Fontinele, terapeuta sexual e sexóloga clínica, membro da Associação Brasileira dos Profissionais de Saúde, Educação e Terapia Sexual, explica a importância do beijo: "O beijo não é apenas troca de saliva, mas envolve os cinco sentidos. Quando você beija alguém, está sentindo o gosto, o cheiro, tocando a pessoa, está vendo de perto. E a mulher fica muito mais envolvida nesse momento. Então, existe uma propensão maior dela estar aberta para o ato sexual, para esse orgasmo".
Brinquedos sexuais:
Claudia Petry recomenda o uso de vibradores como ferramentas para a percepção do orgasmo: "Porque eles vêm para, justamente, colaborar com as mulheres. Porque nós temos muitas distrações cognitivas também. Por exemplo, você está no meio da relação sexual e se lembra do boleto que esqueceu de pagar. Nós, mulheres, temos muita dificuldade de nos concentrar na nossa sensação física. E o vibrador é um excelente recurso para que a gente se mantenha atenta ao corpo".
Para o futuro, especialistas recomendam que mulheres interessadas em explorar sua sexualidade invistam no autoconhecimento como primeiro passo. Mulheres que enfrentam dificuldades persistentes devem procurar ajuda profissional com ginecologistas ou terapeutas sexuais
Com informações Agência Brasil