A farmacêutica Eli Lilly, farmacêutica que desenvolveu o Mounjaro, planeja solicitar aprovação regulatória para a orforgliprona, sua nova pílula para perda de peso, ainda em 2025. O anúncio foi feito pela empresa nesta terça-feira (26/8), após divulgação dos resultados de um estudo de fase 3 que demonstrou eficácia do medicamento oral agonista do GLP-1 (hormônio que regula o apetite).
Os testes clínicos, realizados durante um ano e meio, mostraram que a orforgliprona na dosagem de 36 mg proporcionou redução média de 10,5% no peso corporal dos participantes. O medicamento também apresentou benefícios na diminuição da glicemia e em fatores de risco cardiovascular, incluindo colesterol não-HDL, pressão arterial sistólica e triglicerídeos.
A orforgliprona funciona imitando a ação do hormônio GLP-1, produzido naturalmente pelo intestino, que ajuda a regular os níveis de açúcar no sangue e o apetite. Este mecanismo é semelhante ao utilizado em outros medicamentos para tratamento de diabetes tipo 2 e perda de peso.
Durante o estudo, os pesquisadores testaram outras duas dosagens do medicamento. A versão de 6 mg resultou em redução de 5,5% do peso, enquanto a de 12 mg alcançou diminuição de 7,8%.
Uma das vantagens da orforgliprona é sua administração em dose única diária, podendo ser tomada a qualquer hora do dia, sem restrições quanto à ingestão de alimentos ou água. Esta característica diferencia o produto da tirzepatida, princípio ativo do Mounjaro, que é administrada por injeção.
Os efeitos colaterais mais comuns observados foram gastrointestinais, geralmente de leve a moderada intensidade, incluindo náusea, constipação, diarreia, vômitos e dispepsia (má digestão), perfil semelhante a outros medicamentos da classe GLP-1.
A orforgliprona foi descoberta originalmente pela Chugai Pharmaceutical Co., Ltd. e licenciada pela Lilly em 2018. Além do tratamento da obesidade, o medicamento está sendo avaliado para diabetes tipo 2, apneia obstrutiva do sono e hipertensão em adultos com obesidade.
"Com base na minha experiência liderando ensaios clínicos em obesidade e diabetes, esses dados mostram o potencial da orforgliprona para oferecer um perfil de eficácia, segurança e tolerabilidade consistente com a classe GLP-1 injetável", afirmou o fundador e presidente emérito do Conselho Americano de Medicina da Obesidade, ex-presidente da Sociedade da Obesidade e membro do Colégio Americano de Médicos, Louis J. Aronne, em comunicado da farmacêutica. "A orforgliprona pode ajudar os profissionais de saúde a expandir as opções de tratamento para pacientes que preferem terapias orais sem comprometer os resultados clínicos", completou Aronne.