Com uma semana agitada fora de campo, devido às questões judiciais envolvendo os jogadores do Atlético, a expectativa era de que o clima para o confronto contra o Bucaramanga, na noite dessa quinta-feira (24), pela Copa Sul-Americana tivesse um clima tenso para os jogadores. E, segundo o técnico Cuca, foi isso que aconteceu. O treinador revelou que, em toda sua longa carreira, nunca tinha visto algo semelhante. 

“Foi uma semana atípica. Eu particularmente nunca tinha passado por uma situação assim, foi a primeira vez. Vem muitas dúvidas na cabeça. Na noite que antecede o jogo você fica com dúvida sobre quem escalar. Deixei para definir o time só hoje de manhã quando fizemos um treino às 11 horas da manhã de posicionamento. Com todos os acontecimentos era natural que todos ficassem tensos. Torcida, jogadores. É um jogo decisivo, mata-mata, Sul-Americana, um país contra outro”, disse o treinador na coletiva de imprensa após a classificação do Atlético. 

Igor Gomes, Gustavo Scarpa e Júnior Santos notificaram o Atlético devido aos atrasos nos pagamentos de salário, FGTS e outros vencimentos. Já Rony foi mais afundo e entrou na Justiça com um pedido de rescisão contratual, que acabou sendo retirado posteriormente. 

Cuca explicou que, antes do jogo, conversou com cada um dos jogadores e optou por escalá-los, dando a oportunidade dos atletas responderem às críticas da torcida em campo. “São patrimônio do clube. Consigo entender todos os lados. Do torcedor, acho que eu faria o mesmo, ficaria muito bravo, revoltado. Consigo entender o lado profissional também. Eles acionaram um botão de alerta. E um acionou direto na rescisão, que foi o Rony. No meio disso saímos bem, porque não perdemos ninguém. Mas tem consequência. Conversei um a um antes de escalar. Era fácil tirar do time, era o que todos queriam. Eu iria ficar de bem com a torcida fazendo isso, mas não era o justo. Eles teriam que, com a bola no pé e o coração, falar”, contou Cuca.

“Não é fácil jogar na pressão que jogaram. Eu discordo em partes do que foi feito, mas entendo. A partir disso que fizeram, já teve uma atitude em cima disso, neutralizando as dívidas e jogando a responsabilidade para nós. temos que saber lidar com isso. Temos que mobilizar nesses jogos contra o Flamengo para fazer bons jogos”, completou o técnico do Atlético.

Com a classificação para as oitavas de final da Copa Sul-Americana, o Atlético já vira a chave e passa a pensar nos duelos contra o Flamengo. No domingo (27), o Galo pega o Rubro Negro pelo Brasileiro. Já na quarta-feira (30), pela Copa do Brasil.