Começa nesta quarta-feira (27/8) o confronto que pode definir muita coisa da temporada de Atlético e Cruzeiro. Os maiores rivais iniciam às 19h30 a disputa nas quartas de final da Copa do Brasil, na Arena MRV. Em momentos distintos, o resultado final deve afetar os clubes de forma diferente.
O Atlético, mandante do clássico desta quarta, chega para o confronto com um dos piores aproveitamentos do futebol brasileiro após a pausa para a disputa do Mundial de Clubes, entre junho e julho. Foram 13 partidas desde então, com apenas cinco vitórias. Apesar das classificações na Sul-Americana, contra Godoy Cruz e Bucaramanga, e na Copa do Brasil, contra o Flamengo, o desempenho da equipe não agrada o torcedor.
Com a distância do G-6 do Brasileirão, o Atlético precisa recorrer às copas para manter vivo o sonho não só de um título, mas também de disputar a maior competição da América do Sul na próxima temporada. Ficar de fora da Libertadores pelo segundo ano consecutivo faria com que o Galo deixasse de arrecadar ainda mais com premiações. Além de estar distante do G-6, o Alvinegro está a apenas cinco pontos do Z-4, o que gera muitas preocupações para a torcida.
A classificação também pode trazer um pouco mais de tranquilidade para o técnico Cuca. Caso consiga avançar, o Atlético só disputará a fase semifinal da Copa do Brasil a partir da segunda semana de dezembro, após o término do Campeonato Brasileiro. Com isso, o Galo teria que se revezar entre Brasileirão e Sul-Americana apenas, podendo tentar uma retomada na competição nacional.
Uma eliminação contra o Cruzeiro poderia mudar os rumos da temporada do Atlético, até mesmo com uma troca de treinador. Apesar de estar respaldado pela diretoria, Cuca sofre pressão por parte da torcida, que não aprova o momento vivido pelo clube.
Além do desempenho irregular nos últimos meses, o Galo enfrentou salários atrasados, pedidos de rescisão de contrato de Rony e notificações extrajudiciais de diversos jogadores. Os salários foram regularizados, mas uma premiação pela classificação na Copa do Brasil pode ajudar.
Do outro lado, clima mais leve
O Cruzeiro chega para o clássico em alta, especialmente perante sua torcida. Terceiro colocado no Campeonato Brasileiro, o clube supera as expectativas ao brigar pela liderança da competição com Flamengo e Palmeiras – e esse é um dos principais motivos para uma possível eliminação na Copa do Brasil não ser uma catástrofe na temporada.
Desde o início de 2025, tanto diretoria quanto jogadores deixaram claro qual era o principal objetivo do clube quando chegasse dezembro: se classificar para a Copa Libertadores de 2026. Para isso, há dois caminhos atualmente: pelo mata-mata (conquistando a Copa do Brasil) ou pelos pontos corridos (estando entre os primeiros colocados do Brasileirão).
Apesar da quantidade de jogos em uma competição ser bem maior que na outra, a SAF entende que conquistar essa vaga por meio da Série A seria mais fácil, sendo fruto de um trabalho consistente. E é o que vem acontecendo sob o comando do técnico Leonardo Jardim.
Já uma classificação sobre o maior rival tornaria ainda melhor o clima na Toca, aumentando a confiança para a sequência do Brasileiro e faria com que as expectativas para um possível título da copa crescessem. Maior campeão, com seis taças da Copa do Brasil, sua última conquista do torneio aconteceu em 2018. Depois, o Cruzeiro venceu apenas o Mineiro em 2019 e a Série B do Brasileiro em 2022. A chance de conquistar novamente um título nacional mexe com o clube, mesmo com o discurso de garantir vaga na Libertadores.
Do lado azul, o foco, pelo menos para este confronto de ida, é não levar um resultado negativo para o Mineirão, na volta, onde haverá apenas torcedores do Cruzeiro. De qualquer forma, uma vitória na casa do rival, onde leva vantagem no retrospecto, cairá muito bem, além de servir como grande marco da retomada do Cruzeiro e um incentivo para o restante do ano.