A Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) detalhou, nesta terça-feira (5/8), a operação especial para garantir a segurança dos torcedores e demais presentes na partida de volta entre Atlético e Flamengo, na Arena MRV, em Belo Horizonte, na quarta-feira (6/8), às 19h, pelas oitavas de final da Copa do Brasil.

De acordo com comandante do Batalhão de Polícia de Choque de Minas, tenente-coronel Henrique Nunes de Souza, a operação será semelhante à atuação da corporação para o clássico entre Galo e Cruzeiro, ou seja, o evento é considerado de alto risco.

“Iremos fazer a escolta da torcida visitante (Flamengo), primeiro pelos batalhões  de área (da entrada em Minas), chegada à região metropolitana de Belo Horizonte até o estádio. Nós estaremos com efetivo reforçado para não haver desordem e qualquer tumulto. Vamos atuar de forma severa”, garante Nunes.

O tenente-coronel ainda destaca que a polícia já fez toda uma análise de risco e que todo o policiamento será deslocado para os pontos estratégicos com o objetivo de prevenir qualquer tipo de confronto entre as torcidas, tanto nas imediações do estádio, quanto no deslocamento. 

“Já existe um levantamento do serviço de inteligência para o posicionamento do policiamento para diminuir os riscos e atuar de forma preventiva e repressiva”, explica o comandante. Inicialmente, a previsão é de que venham pelo menos sete ônibus, com aproximadamente 350 torcedores rubro-negros, do Rio.  

Nunes ainda explicou que a corporação também está atenta às redes sociais e monitorando as ações, especialmente das torcidas organizadas, já que tem casos de alguns confrontos serem marcados de forma virtual. 

A PMMG também detalhou que irá utilizar todo aparato de segurança necessário para o evento, com uso de drones e câmeras especiais para monitorar as torcidas, com objetivo de evitar possíveis tumultos e confrontos.

Confusão em 2024

A atenção especial da PMMG se deve ao último encontro entre os clubes na capital mineira, no dia 10 de novembro de 2024, pela final da própria Copa do Brasil. Aquele domingo foi marcado várias ocorrências envolvendo as torcidas tanto na Arena MRV, palco da partida, quanto em algumas regiões da capital. Uma delas foi na Avenida Pedro Primeiro, no bairro Santa Branca, em Venda Nova, quando atleticanos e flamenguistas brigaram e atrapalharam o trânsito no trecho. No entanto, quando a polícia chegou, os envolvidos já haviam deixado o local. Ninguém foi preso. 

Na região da Pampulha, um homem trajado com a camisa do clube rubro-negro foi agredido por um torcedor do alvinegro ao entrar em um bar no bairro Dona Clara para acompanhar a decisão entre times. Ele estava acompanhando da filha e do genro, mas os dois últimos não apanharam. Três indivíduos foram detidos no local, mas somente um foi indiciado pela Polícia Civil por tentativa de homicídio.

Já no palco do jogo, a confusão foi maior, principalmente na reta final da partida. Aos 37 minutos do segundo tempo, o atacante Gonzalo Plata não fez o somente o gol que decretou o título do Flamengo na competição, mas também o que causou uma reação em cadeia na torcida alvinegra. Um torcedor praticamente invadiu o gramado no momento da comemoração do gol. Só não teve êxito, pois foi contido pelos seguranças.

Ao final do duelo, o clima esquentou de vez e mais torcedores atleticanos perderam a cabeça e tentaram invadir o gramado do estádio para impedir a comemoração do Flamengo. Foram contidos pelas forças de segurança com balas de borracha e gás de pimenta. Alguns jogadores do Galo também ajudaram e pediram calma para a sua torcida, dentre eles, o atacante Hulk. Apesar disso, o pós-jogo foi caótico, com muitos copos e objetos arremessados em direção aos jogadores do time do Rio.