Cuca retornou à Cidade do Galo em março deste ano, para contrariedade de parte da torcida do Atlético. Nem mesmo o principal título da história do clube, a Copa Libertadores, conquistado sob seu comando, em 2013, foi capaz de amenizar os apupos. Com apenas um mês de trabalho, a insatisfação de alguns atleticanos se tornou campanha em rede social com o “Fora, Cuca”. O treinador alvinegro pediu paciência e “dez dias” para ser cobrado.
Seis meses depois, a atuação dessa quarta-feira (20), na goleada sobre o Fortaleza por 4 a 0, tem as digitais de Cuca. Técnico não faz gol, mas ajuda o time ganhar jogo e, quem sabe, título. Se não entra em campo, Cuca tem contribuído para a equipe jogar bem e bonito.
Em campo, os holofotes estão apontados para talentos como Guilherme Arana, Zaracho, Nacho Fernández, Hulk... Algo mais do que natural. Contudo, fazer com que cada peça se encaixe e produza o máximo dentro das características individuais é trabalho cotidiano.
Entender que um zagueiro de 36 anos como Réver merece ter o contrato renovado até o fim de 2022, mesmo não sendo mais titular, também é algo que tem o dedo do treinador. É ter sensibilidade e visão suficientes para perceber que o veterano defensor não vai jogar tanto, mas pode ser útil, como foi nessa quarta-feira, ao substituir o promissor Nathan Silva, que desfalcou o Galo por já ter disputado a Copa do Brasil deste ano pelo Atlético-GO, ostentar a braçadeira de capitão, comandar a defesa e marcar gol.
Se restar dúvida sobre a importância do treinador no comando da equipe, mesmo recheada de grandes jogadores, basta rever o terceiro gol diante do Fortaleza. Técnico não faz gol, mas pode mostrar que é possível chegar à meta adversária trocando apenas seis passes em altíssima velocidade e balançar a rede.