Finanças

Atlético reduz, em um ano, dívida líquida de R$ 1,57 bilhão para R$ 824 milhões

Galo teve uma redução de R$ 747 milhões no endividamento líquido entre o fim de 2022 e o encerramento do ano passado

Por O TEMPO Sports
Publicado em 29 de abril de 2024 | 20:41
 
 
 
normal

O Conselho Deliberativo do Atlético aprovou na noite desta segunda-feira (29), por unanimidade, o balanço financeiro de 2023, que contempla dez meses de operação da associação e dois (novembro e dezembro) da SAF. O Galo teve uma redução de R$ 747 milhões no endividamento líquido entre o fim de 2022 e o encerramento do ano passado.

Os valores passaram de R$ 1,571 bilhão para R$ 824 milhões, queda de 47,55 %. Esses números não levam em conta o empréstimo de R$ 493 milhões contraído pela Arena MRV e contabilizado em outro CNPJ. "Se somarmos a dívida da arena, saímos de R$ 2,1 bilhões para R$ 1,3 bilhão", explica o CEO do clube, Bruno Muzzi.

Segundo o balanço, "esse movimento foi ocasionado, principalmente, pela transformação do futebol do Galo em Sociedade Anônima do Futebol (SAF)". Em novembro de 2023, após a conclusão da transação, foi aportado o montante de R$ 916 milhões. Desse total, R$ 316 milhões foram conversão de dívidas com os investidores, R$ 505 milhões aportados em caixa, enquanto os R$ 95 milhões restantes serão integralizados através do Figa (Fundo de Investimento do Galo) nos próximos anos. "A operação financeira foi primordial para o processo de reequilíbrio econômico-financeiro do Atlético", informou o clube. 

A receita bruta operacional (considerando também venda de atletas) foi de R$ 439 milhões, já as despesas ficaram em R$ 419 milhões, apresentando superávit de R$ 20 milhões. O EBITDA (ganhos antes de juros, impostos, depreciação e amortização) segue positivo, sendo fechado em R$ 3 milhões.

Com o abatimento das dívidas com empréstimos e financiamentos ao final de 2023, o clube conseguiu alterar o perfil da sua dívida de curto e longo prazos, o que vai ajudar o planejamento financeiro dos próximos anos. No final de 2022, a dívida de curto prazo chegou à marca de R$ 575 milhões (69% do total do ano), enquanto finalizou o ano de 2023 com saldo de R$145 milhões (31% do total do ano).

O Galo finalizou o ano de 2023 com um saldo de R$ 465 milhões em empréstimos e financiamentos, sendo 31% de curto prazo e 69% de longo prazo. Vale destacar que, anteriormente à transformação em SAF, as taxas de juros dos empréstimos eram, em média, de CDI + 8% sendo, posteriormente, reduzidas para CDI + 4%.

Receita bruta

Em 2023, o clube atingiu a marca de R$ 439 milhões em receita bruta, representando um aumento de 7% em comparação ao exercício anterior. Do montante total, R$162 milhões são oriundos dos Direitos de Transmissões e Premiações, principais fontes de receita do clube. As receitas com vendas de atletas atingiram a marca de R$ 112 milhões, um recorde histórico do Galo. Com relação às receitas de Matchday (bilheteria e sócio-torcedor) e clubes sociais, também foi possível observar um crescimento em relação ao exercício anterior. 

Palavra do presidente

O presidente do Atlético (associação), Sérgio Coelho, destacou que a dívida ainda é alta, mas demonstrou otimismo quanto ao pagamento dela. Todos os débitos foram assumidos pela SAF.

"São números ainda um pouco preocupantes, mas sob controle. Fizemos a SAF no fim de novembro, e os nossos números já melhoraram bastante no fim de 2023. Para este ano, estamos muito otimistas de que os números tendem a melhorar muito. Estamos liquidando muitas dívidas bancárias, a dívida onerosa. Com isso, neste ano, teremos despesas pela metade com juros em relação ao ano passado", afirmou.

"Temos superávit na associação todo mês. Isso é bacana porque nos dá tranquilidade para trabalhar e sabemos que nosso desafio ainda é muito grande na SAF, mas, paralelamente, estamos indo muito bem na nossa associação", completou.

Novos conselheiros

Também foram aprovadas as indicações de novos nomes para conselheiros grande-beneméritos do Galo. São eles: o prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman; o CEO do Galo, Bruno Muzzi; e o empresário Daniel Vorcaro, acionista da SAF.

Aluguel de imóveis

O Conselho Deliberativo aprovou as duas pautas extraordinárias que tratavam do aluguel do casarão do Itapoã, para uma drograria, e a cessão do espaço da Vila Olímpica para uma academia. Os dois espaços serão alugados por dez anos e deve receber cerca de R$ 40 mil por mês sobre essa transação.

Notícias exclusivas e ilimitadas

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo profissional e de qualidade.

Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar. Fique bem informado!