Em um Campeonato Brasileiro que se mostra o mais equilibrado dos últimos anos, o Atlético, estacionado em sexto lugar com 45 pontos, vai lamentar – e muito – os vacilos ao longo da competição, especialmente, os gols sofridos nos últimos minutos das partidas. Mas é justamente por causa desse campeonato maluco que os jogadores do Galo e seu treinador ainda alimentam certa esperança de título. Diferentes matemáticos dão 1% ou menos de chance de taça para a equipe mineira. Mas o Palmeiras, novo líder da competição, aliás, é prova que tudo ainda pode acontecer.
A equipe do técnico Luiz Felipe Scolari conquistou 20 dos 24 pontos possíveis no returno e chegou ao primeiro posto pela primeira vez em 27 rodadas. Outras seis equipes passaram pelo topo, incluindo o próprio Atlético, na 6ª rodada – o Flamengo foi o time que mais liderou neste ano: 13 vezes.
O alvinegro, porém, está oito pontos atrás do Verdão, restando 11 rodadas para o fim da disputa. Numa comparação simples, seria preciso tirar mais ou menos um ponto por partida do Palmeiras daqui pra frente.
O que pode servir de incentivo é que o equilíbrio da competição de 2018 muito se assemelha ao torneio de 2009, quando o Flamengo levantou o caneco com a menor pontuação da era dos pontos corridos com 20 equipes. Foram 67 pontos, um aproveitamento de 58,7%.
Hoje, o desempenho atleticano é de 55,6%. Os atuais adversários acima da tabela têm um desempenho um pouco melhor, que varia entre 60,5 % (Flamengo, quinto colocado) a 65,4% (Palmeiras, líder).
“Não pode vacilar um minuto sequer. É Campeonato Brasileiro. Pode nivelar por baixo, mas é o campeonato mais competitivo do mundo. Em um campeonato longo assim, a equipe está regular. Mas pode subir essa margem de acerto, brigando lá em cima e conquistar os pontos que perdemos. Perdemos todos por vacilo, desatenção. Vamos continuar crescendo. Faltam 11 jogos, são 11 finais. Podemos brigar por uma sorte maior no campeonato”, analisou o volante Elias.
Nas partidas que restam ao Galo, seis são fora de casa e cinco em Belo Horizonte. Mesmo que difíceis, o técnico Thiago Larghi também não abre mão de pensar alto. “Enquanto houver chances matemáticas, a gente sonha com o título sim. Trabalhamos para isso. Não existe zona de conforto. O trabalho é duro, incessante. A gente busca oferecer um jogo com qualidade e com vitórias”, afirmou.
Consolo. Ao mirar o título, o Atlético pode, ao menos, garantir uma vaga na Copa Libertadores do próximo ano, o que já seria um prêmio de consolação e tanto depois de uma temporada de ampla reformulação no departamento de futebol e uma enxugada nos gastos.
Segundo os matemáticos, a chance de o Galo voltar à Libertadores é superior a 80%, na vaga entre os seis primeiros colocados – hoje, a diferença para o Cruzeiro, sétimo, é de oito pontos. Mas a equipe atleticana pensa em chegar aos G-4, grupo que dá vaga direta na competição sul-americana sem precisar passar pela fase prévia. Segundo o Infobola, esse objetivo não é simples e a chance é de 15%.