Um atleticano apaixonado, rico, que ajuda com milhões, não cobra juros e que não se importa se não receber o dinheiro de volta. Era tudo o que o Atlético precisava para montar um time competitivo, mesmo com dificuldades financeiras, mesmo em um mundo assolado pela pandemia do novo coronavírus. O empresário Rubens Menin se tornou uma fonte particular de recursos do clube, essencial para o projeto liderado pelo presidente Sérgio Sette Câmara, que ainda não conseguiu títulos em dois anos de mandato.
Menin deixa claro que a intenção é fomentar o clube. "Estou emprestando dinheiro, não estou cobrando juros. Só do time estar melhor, aumenta bastante a arrecadação. No estudo que o clube fez, o potencial de arrecadação de um time competitivo chega a R$ 100 milhões no ano. Time ruim, não ganha", ressalta Rubens Menin, em entrevista à rádio Super 91,7 FM.
A opinião de Menin só reforça o que Sette Câmara vem procurando esclarecer nos últimos dias, com entrevistas ou em comunicado aos conselheiros e torcedores. Além de Rubens, os agradecimentos pelo aporte financeiro também são extensivos ao filho Rafael Menin e também ao banqueiro Ricardo Guimarães, ex-presidente atleticano.
A diretoria do Galo aposta em conquistas e valorização de seus ativos ao longo do tempo. Como quase todos são jovens, Sette acredita que eles possam ser vendidos por uma preço maior do que pagou hoje. "O Marrony (atacante, ex-Vasco), o Alan Franco (volante, ex-Independiente del Valle-EQU), o (Guilherme) Arana (lateral-esquerdo, ex-Sevilla), o Léo Sena (volante, ex-Goiás), o Allan (volante, ex-Fluminense), não podem render uma bela de uma grana para nós não?", questiona o dirigente, também em entrevista à Super, na semana passada.
"Estamos fazendo o certo. O investimento não tem relação com o salário (o pagamento da folha do elenco está atrasada), mas a médio e longo prazos, ele tem. O nosso patrimônio em termos de jogadores aumenta. Tem que colocar isso na balança. O Atlético com dívida já é viável como é. Sem dívida, será um foguete", garante o presidente alvinegro.
Além dos atletas citados por Sette Câmara, o Atlético também contratou recentemente o zagueiro Bueno, do Kashima Antlers-JAP, e o atacante Keno, do Al-Jazira-EAU. Somadas, as negociações para esta temporada passam dos R$ 50 milhões. O projeto é encabeçado pelo badalado e caro Jorge Sampaoli, técnico argentino também bancado com recursos dos parceiros. No início do ano, a aposta no venezuelano Rafael Dudamel não deu certo e o time foi eliminado precocemente das Copas do Brasil e Sul-Americana.
Financiador das contratações, Menin não tem pressa em receber os milhões emprestados. "O Atlético vai poder pagar esse jogador no dia que quiser, do jeito que quiser. Não vai ter nada a perder não. E se não vender o jogador, também não vai pagar", ressaltou. O projeto alvinegro também está alinhado à inauguração da Arena MRV, seu estádio próprio, previsto para 2022. A empresa de Menin, que já é patrocinadora do clube há anos, comprou os naming rights da arena por R$ 60 milhões.