A saída de Ricardo Oliveira do Atlético não foi das mais tranquilas. O atacante foi comunicado pouco antes da reapresentação do time, em maio, que estava fora dos planos do técnico Jorge Sampaoli, e não retomou as atividades com o grupo. Sem uma resolução com o Galo, acabou parando na Justiça do Trabalho. Foi com uma ação, inclusive, que ele conseguiu seu desligamento do Atlético.
Nessa sexta (25), Ricardo chegou a falar da saída e expôs algumas chateações, como ter sido excluído dos treinamentos, da folha salarial e até do grupo de WhatsApp da equipe, mesmo com contrato vigente. O vice-presidente do Atlético, Lásaro Cândido da Cunha, falou sobre a saída do atacante de 40 anos.
"Houve a tentativa de viabilizar uma composição, porque de fato ele não seria aproveitado pela nova comissão técnica e também não poderia receber sem trabalhar. É uma questão de injustiça com o clube. Temos que defender os interesses do clube do também", comentou Lásaro em evento de lançamento da pedra fundamental da Arena MRV, neste sábado (26).
Sem um acordo com o Atlético quanto à sua saída, Ricardo Oliveira moveu uma ação contra o clube. Ele conseguiu que sua rescisão fosse publicada no Boletim Informativo Diário (BID) no começo deste mês e, por isso, está livre no mercado para acertar com outro clube.
"Foi proposto a ele uma negociação compatível com essa realidade. Ele não aceitou, preferiu promover a ação, é o direito dele. Fizemos a defesa e, inclusive, os advogados dele procuraram o Atlético. Eles estão tentando fazer a composição e estamos abertos. Não vamos sangrar o clube para atender a isso ou aquilo", completou Lásaro.
Chateações
Nessa sexta, em entrevista ao programa Seleção SporTV, o atacante falou pela primeira vez sobre sua saída do Galo desde que deixou o clube. Ricardo chegou a dizer que não recebeu nenhuma ligação da diretoria do Atlético e revelou algumas de suas chateações em todo esse processo.
"Fui excluído do grupo de WhatsApp do time, ninguém me deu nenhum respaldo para fazer os treinamentos. Ninguém me ligou nesse período todo. A informação que chegava para mim era pra eu ir treinando e seguindo o cronograma de antes da pandemia. Passaram um áudio. A orientação era pra eu ficar em casa, aguardando uma segunda ordem. O que nunca veio", disse Ricardo.
"Também fui excluído da folha salarial. Os meus companheiros recebiam seu vencimentos e eu não recebia os meus. Foi cortado o direito de imagem, CLT, não recebi absolutamente nada. Eu me senti desrespeitado porque sempre respeitei as pessoas. Quando eu era útil, eu me dediquei, deu o meu melhor ajudei dentro e fora de campo. A única coisa que eu gostaria era uma ligação do presidente, como ele fez muitas vezes, ou do diretor esportivo", completou o atacante.