Depois do recorde de público na Arena MRV, no último sábado, no primeiro jogo da final do Campeonato Mineiro, a discussão que tomou conta das redes sociais é a acústica do estádio do Atlético. Os próprios torcedores do Galo saíram na bronca, além do resultado de 2 a 2, após o time abrir 2 a 0 no placar, com a reverberação (ou falta dela) dos cânticos da torcida alvinegra.
De acordo com o projeto do estádio, a cobertura da Arena foi calculada para atender as exigências do processo de licenciamento da Prefeitura de Belo Horizonte. A orientação é que fosse mantido, dentro do estádio, uma quantia específica de decibéis. Por isso, foi instalada a lã de rocha, que é um isolante térmico e acústico.
Porém, nas redes sociais, a reclamação sobre a acústica da Arena MRV foi maciça entre os atleticanos, o que foi motivo de zoação dos rivais. No X, antigo Twitter, os torcedores não pouparam a acústica da Arena MRV.
"A culpa não é da torcida, a acústica é horrível, não chega o som em lugar nenhum, isso só existe na Arena MRV", escreveu um torcedor do Atlético.
"Acústica é péssima, você não consegue escutar nada que a torcida canta, o estádio absorve todo o som, é bizarro", disse outro.
Explicação
De acordo com o engenheiro Betinho Marques, convidado do programa Barba, Cabelo e Bigode, da FM O Tempo, o problema técnico enfrentado pela acústica do estádio é que o som não reverbera internamente como o esperado.
"A Arena conseguiu que o som não atingisse a comunidade, mas não conseguiu que esse som propagasse da maneira devido dentro do ambiente de jogo. O som é absorvido pela estrutura e não reverbera, como deveria ser. Seria como um espelho, o som batesse e voltasse para o ambiente interno", explicou.
Solução
O Atlético vem trabalhando com a necessidade de correção da reverberação do som para o ambiente interno. Fontes ligadas ao clube já revelaram que o processo para solucionar a questão, iniciado em fevereiro, possui prazo para ser executado até novembro. Oficialmente, o clube alvinegro garante que está estudando alternativas para melhorar a acústica da Arena MRV.
O CEO do Atlético, Bruno Muzzi, já adiantou que o clube pretende, entre outras formas, solucionar o problema com a instalação de alto-falantes na parte superior do estádio para que o som retorne para a parte inferior.
“Vamos colocar mais 20 subwoofers (aparelho de reprodução sonora desenvolvido para reproduzir as frequências de som) ali, graves de alta performance para poder melhorar a pressão sonora em shows e também nos dias de jogos. E a gente está trabalhando também em uma nova concepção para poder tentar reverberar um pouco mais do barulho ali para dentro. Então, está tudo planejado, dentro do script”, disse o dirigente ao No Ataque.
O próximo jogo na Arena MRV está marcado para o próximo dia 10, às 19h (de Brasília), contra o Rosario Central, da Argentina. Este será o primeiro jogo internacional da história do estádio alvinegro. A partida é válida pela 2ª rodada da Copa Libertadores 2024.