O Atlético não deve ser punido severamente, com a perda de mando de campo, por exemplo, em caso de julgamento pela garrafa atirada em um jogador do Corinthians no Mineirão, em jogo disputado no último domingo (24). Isso porque o torcedor que teria cometido o ato foi identificado.

Um homem de 49 anos, morador de Belo Horizonte, foi pego por um segurança a serviço do estádio e apresentado à Polícia Militar. O acusado foi encaminhado à 3ª Delegacia Noroeste, onde foi lavrada a ocorrência — O Tempo Sports conseguiu entrar em contato com o atleticano, que negou o fato, mas não quis dar mais detalhes.

Conforme o artigo 213 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), o lançamento de objetos no campo pode causar multa de até R$ 100 mil e perda de até 10 mandos de campo. Em casos assim, o clube mandante, como responsável pelo evento, é considerado responsável, a menos que o suspeito seja identificado.

"A comprovação da identificação e detenção dos autores da desordem, invasão ou lançamento de objetos, com apresentação à autoridade policial competente e registro de boletim de ocorrência contemporâneo ao evento, exime a entidade de responsabilidade, sendo também admissíveis outros meios de prova suficientes para demonstrar a inexistência de responsabilidade", diz.

América

O assunto voltou à tona após o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) punir o Coelho com a perda de um mando de campo no Campeonato Brasileiro mais uma multa de R$ 15 mil. Nesse caso, o torcedor que havia jogado um copo de cerveja no árbitro assistente não foi preso.

O lance

Aos 41 minutos do segundo tempo, após o Corinthians fazer o segundo gol em cima do Galo, uma garrafa vinda da torcida mandante atingiu o zagueiro Balbuena, que foi ao chão. Na súmula, o árbitro Ramon Abatti relata o caso.

“Uma garrafa plástica contendo um líquido incolor pela metade na direção dos atletas da equipe visitante que estavam comemorando o gol, atingindo o senhor Fabian Cornelio Balbuena Gonzales, de número 31. Informo que foi confeccionado um boletim de ocorrência, sendo que o mesmo foi enviado pelo Pedro Magalhães, diretor do Atlético Mineiro, ao delegado da partida, senhor Olavo Guilherme, onde o mesmo remeteu via WhatsApp para arbitragem”, escreveu.

Veja:

O paraguaio, vítima do ato, lamentou. “Acertou em cheio. Acho que o bandeirinha do lado viu e ele falou pro juiz. Uma atitude que não merece, né? Acho que no futebol faz tempo que não tem que acontecer isso aí. O torcedor vem pra assistir o espetáculo que é o futebol, torcer para seu time, e foi uma ação desagradável do torcedor. Ainda bem que não pegou muito forte”, falou.