O Cruzeiro pode levar até uma década para conseguir zerar a dívida 'herdada' das más administrações anteriores. A afirmação foi feita por Alexandre Mattos, CEO do clube, nesta quinta-feira (3 de outubro), durante participação no 2º Fórum SAF, que está sendo realizado em Belo Horizonte.

De acordo com o cartola, a gestão Pedro Lourenço não deixará de investir no futebol, mas tem como missão principal zerar a dívida. "Temos pensar nisso sempre. Temos um plano até quando tivermos essa possibilidade de pagar. O principal fator para todos no Cruzeiro é conseguir zerar essa dívida. Aí vai sobrar mais recurso para se investir", destacou.

Em virtude dessa situação, Mattos ressaltou que a gestão precisa ser muito responsável em suas ações para não comprometer o futuro do clube. E não quis precisar quanto tempo será necessário para solucionar a questão.

"Temos uma ideia, mas precisar isso é muito complexo, por vários fatores. O Cruzeiro precisa aí nos próximos cinco, dez anos, estar extremamente equilibrado para resolver esse problema em termos de dívida. Aí, obviamente, se você não precisa pagar, você pode investir", acrescentou.

Questionado a respeito dos valores, Mattos preferiu não entrar em detalhes. Entretanto, levantamento realizado pela EY em junho, baseado em análise dos balanços financeiros, a qual O TEMPO Sports teve acesso, aponta que, por conta da recuperação judicial e de acordos, o Cruzeiro saiu de 1,7 bilhão para R$ 710 milhões de dívida líquida, uma redução de 58%.

O CEO celeste afirmou que nem ele nem Pedro Lourenço tinham noção da real dimensão da dívida do Cruzeiro. "Se imaginava uma coisa, que talvez ele (Pedro) escutava, que era passado, mas talvez de uma maneira não tão clara. Quando ele pegou, aí sim teve a clareza das situações, principalmente de dívidas. Hoje, já passados alguns meses, ele está colocando de maneira bem profissional aquilo que ele imagina de uma gestão. Em algum momento, ele imaginava uma situação, eu também imaginava e depois foram aparecendo as tais 'gavetas' e não era bem aquilo", reconheceu.

Mattos afirmou que a dívida pode ser solucionada em um período menor caso o clube consiga incrementar as suas receitas. "O Cruzeiro, pelo tamanho que é, pela torcida que tem, não pode te receita de trezentos, trezentos e poucos milhões. Acabei de sair do Athlético-PR que bateu oitocentos e poucos milhões no ano passado. O Cruzeiro precisa elevar isso aí para ser cada vez mais competitivo no mercado e ter a possibilidade de investir mais recursos no futebol".

Seja como for, o dirigente garante que a gestão Pedro Lourenço não fará 'loucuras'. "O Cruzeiro vai andar dentro de um planejamento rígido para não fazer nada fora de suas possibilidades. Com o tempo a gente vai conseguir pagar uma dívida que é astronômica ainda", finalizou.