CEO do Cruzeiro, Alexandre Mattos abriu o jogo sobre a situação do futebol feminino celeste. Na manhã desta quinta-feira (3 de outubro), ao participar do 2º Fórum SAF, em Belo Horizonte, o dirigente afirmou que a modalidade estava 'desequilibrada' e, por isso, foi necessário 'dar um passo atrás'. 

"O Cruzeiro, especificamente no feminino, estava um passo maior que a perna. Pedrinho deixou claro que nós vamos equilibrar isso um pouco mais. Porque antes, quando (o Cruzeiro) precisava, batia lá no Pedro Lourenço para pedir para pagar conta. E hoje, não. Ele é o dono, o dinheiro é dele. Então nós não vamos dar o passo maior que a perna", destacou Mattos. 

"Em qualquer situação, seja no profissional, no masculino, na categoria de base ou no feminino, se precisar recuar um pouco para dar um salto maior lá na frente, nós vamos fazer", acrescentou o dirigente. 

Alexandre Mattos fez questão de ressaltar não haver nenhum tipo de discriminação com a modalidade. E destacou que a redução dos investimentos se deu essencialmente pelo aspecto das receitas. 

"O Cruzeiro tem uma obrigação institucional de cuidar de todo profissional, não tem nenhum tipo de discriminação com nada, mas tem que se ter receita para produzir. A partir do momento que se produzir receita, vai ter investimento, Principalmente no futebol feminino, que todo mundo sabe que praticamente não tem receita, receitas são muito pequenas. O futebol feminino do Cruzeiro estava com um passo maior que a possibilidade, isso era claro", analisou. 

Mattos pede que a torcida compreenda a situação, até mesmo para não ver o Cruzeiro repetindo erros de gestões anteriores que quase levaram o clube à falência.

"A torcida precisa entender isso. 'Ah, mas como é que pagava?' Pagava porque o Cruzeiro ia lá e pedia dinheiro ao Pedro Lourenço para pagar, como já vinha acontecendo, para deixar bem claro. O Cruzeiro não vai fazer isso nunca mais na historia. A nossa realidade vai ser assim. E pensando o Cruzeiro no topo em todas as situações. No futebol feminino queremos continuar, dentro da nossa realidade, brigando na parte de cima. Vamos focar nisso e tentar melhorar a estrutura, se for possível", finalizou.

A alteração nos planos do futebol feminino foi um dos motivos de divergências entre Pedro Lourenço e Kin Saito, ex-diretora da modalidade que optou por deixar o clube.