O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) expediu nesta quarta-feira (30/10) uma recomendação à Federação Mineira de Futebol (FMF) e à Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para o banimento, por dois anos, da torcida organizada Mancha Alviverde, do Palmeiras. O motivo é o ataque a torcedores do Cruzeiro no último final de semana.
No documento, o promotor de justiça da 14ª Promotoria de Defesa do Consumidor do Procon-MG, Fernando Abreu, pede que a medida cautelar seja adotada em âmbito nacional, já que o risco não se restringe ao Estado. Nessa caso, o crime cometido por integrantes da facção aconteceu no interior de São Paulo, onde a Mancha já sofreu banimento.
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A medida recomenda que seja proibido o uso, porte e exibição de qualquer vestimenta, faixa, bandeira, instrumento musical ou qualquer objeto que possa caracterizar a presença da torcida nos estádios e no entorno em dias de jogo. A Máfia Azul, organizada do Cruzeiro alvo desse ataque, está punida dessa forma em Minas Gerais atualmente.
“É fato público e notório que as desavenças entre as torcidas organizadas vêm, ao longo dos anos, causando severos transtornos à ordem pública e insegurança à sociedade, pois a escalada do conflito não cede, mesmo diante das reiteradas punições administrativas às referidas entidades. O problema, portanto, ultrapassa os limites da violência desportiva, necessitando de atuação estatal típica de combate à criminalidade organizada”, disse o promotor.
O caso
No fim da madrugada de domingo (27/10), um ônibus que trazia integrantes da Máfia Azul de Curitiba para Belo Horizonte foi interceptado por dezenas de torcedores do Palmeiras, associados à Mancha Alviverde. Caso ocorreu na rodovia Fernão Dias (BR-381), em Mairiporã, na região Metropolitana de São Paulo.
O veículo foi alvejado com artefatos e incendiado, e os torcedores agredidos. Dezessete homens ficaram feridos, e José Victor dos Santos Miranda, de 30 anos, morreu na hora.