A paixão, que dura décadas, é o que move um torcedor do Cruzeiro, no auge dos seus 89 anos, de pegar a estrada e percorrer mais de 1.300 quilômetros rumo a mais um título que, caso conquistado, será inesquecível. Walter Sena, ao lado da família, viaja a Assunção, onde o time disputará a final da Copa Sul-Americana, diante do Racing, neste sábado (23/11).

Caso esse inédito troféu venha para Belo Horizonte, este não será o primeiro grande triunfo que ele presenciará in loco. Em 1966, o senhor Walter viu, no estádio Pacaembu, a Raposa vencer o Santos de Pelé por 3 a 2 e conquistar a Taça Brasil, mais tarde reconhecida como Campeonato Brasileiro. Na ida, no Mineirão, o time estrelado já havia aplicado aquela famosa goleada por 6 a 2.

Viagem começou na terça-feira (19/11)

"Estive no Pacaembu em 1966 para ver o Cruzeiro virar em cima do Santos. E o Cruzeiro naquele ano foi campeão. Eu havia chegado em São Paulo no início do ano e logo no fim do ano tive a alegria naquela cidade de ver o Cruzeiro ser campeão", relembrou à reportagem de O TEMPO Sports.

Convite

A ideia partiu do genro, Álvaro Bonfim, quando o Cruzeiro havia avançado às quartas de final da Sul-Americana. "Estávamos almoçando em um restaurante na Pampulha, próximo ao Mineirão, no dia seguinte à vitória sobre o Boca Juniors. Moro em São Paulo e fui assistir ao jogo. Lá, falei pra gente ir a Assunção caso o Cruzeiro fosse para a final, e ele topou na hora", relatou o advogado de 48 anos.

Além dos dois, percorrem o caminho entre São Paulo e Assunção Bernardo, de 14 anos, e Murilo, de 9, filhos de Álvaro; e Hugo Sena, de 32, neto de Walter. Eles chegam à cidade paraguaia na tarde desta quinta-feira (21/11), dois dias antes de a bola rolar no estádio La Nueva Olla, do Cerro Porteño.

Família parou em Foz do Iguaçu-PR

São esperados mais de 10 mil cruzeirenses na partida, que teve os ingressos esgotados. Conforme Álvaro, não há distância ou obstáculo que faz ele ou a família deixar de apoiar o clube de coração.

"Na final da Sul-Americana, cada grito, cada lágrima e cada sorriso será uma reafirmação de que, não importa onde o Cruzeiro esteja, ele nunca estará sozinho. O amor ao Cruzeiro é eterno, é paixão que vem de berço, e enquanto houver quem carregue as 5 estrelas no peito, ele seguirá vibrando. Juntos, de geração em geração, eles estarão sempre ao lado do manto azul", falou.