Desconhecido pela maioria do torcedor brasileiro, o Mushuc Runa será o adversário do Cruzeiro na noite desta quarta-feira (9), no Mineirão, pela segunda rodada da Copa Sul-Americana. E o torcedor celeste pode estar se perguntando: mas, afinal, que time é esse? O TEMPO Sports faz um raio-x da equipe equatoriana.

A começar pelo nome, o adversário da Raposa desperta muita curiosidade. A tradução literal de Mushuc Runa, vindo do quíchua, língua dos indígenas que ocupam grande parte dos Andes, é "Novo Homem"

O clube foi fundado em janeiro de 2003 na cidade de Ambato, no Equador, criado a partir de uma cooperativa indígena, a Cooperativa de Ahorro y Crédito Mushuc Runa.

O objetivo da entidade era incluir os indígenas em diversos setores da sociedade e o futebol fez parte do processo.

Originalmente, inclusive, a proposta era que só indígenas participassem do clube, o que mudou com o passar do tempo com a proposta de ser mais competitivo - mas sem se distanciar de suas raízes.

Foi desta forma que o Mushuc chegou pela primeira vez à elite do futebol equatoriano em 2014. Depois, após algumas 'oscilações', com rebaixamento à segunda divisão do país, o clube voltou a se destacar no cenário local.

Em 2019, o Mushuc Runa disputou a Sul-Americana pela primeira vez, mas já parou logo na fase eliminatória, sendo eliminado pelo Unión Española, do Chile. Em 2022, a equipe teve nova chance, justamente diante de um adversário 'local', a LDU, mas também foi eliminado logo na fase eliminatória.

Agora em 2025, o Mushuc Runa integra o Grupo E da competição ao lado de Cruzeiro, Palestino (Chile) e Unión (Argentina). E na primeira rodada fez valer o fator casa para vencer o time chileno por 3 a 2.

A equipe equatoriana conta com uma 'força extra' quando atua em seus domínios: a altitude, já que a cidade de Ambato está localizada a 2.600 metros acima do nível do mar.

Outro trunfo da equipe está no banco de reservas. O técnico do Mushuc Runa é o experiente - e vencedor - paraguaio Ever Hugo Almeida, de 76 anos.

Ex-goleiro e ídolo do Olimpia, campeão das Libertadores de 1979 e 1990, ele é até hoje o jogador com mais partidas disputadas na história da Libertadores: 113, todas pelo Olimpia, entre 1973 e 1990.

Como apenas o campeão de cada grupo avança diretamente às oitavas de final da Sul-Americana, o Mushuc Runa pode abrir seis pontos de vantagem sobre a Raposa em caso de vitória no Mineirão.

E se não for o líder do grupo, pode buscar a segunda colocação para se classificar ao playoff com um dos terceiros colocados da fase de grupos da Libertadores. O que já seria um feito gigantesco para a equipe.

A delegação do Mushuc Runa desembarcou em São Paulo na noite desta segunda (8), onde pernoitou. Eles são aguardados em Belo Horizonte nesta terça (9).