América e Atlético possuem estádios próprios e mandam os jogos do time masculino no Independência e Arena MRV, respectivamente. Já o Cruzeiro, utiliza o Mineirão como sua casa. Apesar disso, as equipes femininas dos três clubes de Belo Horizonte ainda não contam com ‘moradia’ própria.
Neste Brasileiro A1 feminino, as Spartanas atuaram apenas duas vezes no campo do Horto. Os demais duelos ocorreram na Arena Gregorão (3), Arena do Jacaré (1) e Arena Frimisa (1). Nesta quinta-feira (7), o América volta ao Independência para decidir vaga nas oitavas de final da Copa do Brasil, a partir das 15h. Quem vencer, estará classificado.
Já as Cabulosas jogaram quatro vezes no Castor Cifuentes e outras quatro na Arena Gregorão. Nesta quarta-feira (6), recebem o Corinthians no estádio de Nova Lima, em disputa por vaga nas oitavas de final da Copa do Brasil, às 16h30.
Pelo Brasileiro A2, as Vingadoras mandaram seus compromissos na Arena Gregorão (4) e na Arena MRV (1). “Foi uma sensação muito gostosa (jogar na Arena MRV). Falei que elas (jogadoras) precisam sentir que pertencem a esse lugar. É uma identidade que estamos criando”, aponta Fabi Guedes (foto abaixo), técnica atleticana.
Na próxima segunda-feira (11), a equipe atleticana terá nova oportunidade de atuar na Arena MRV, na partida de ida das semifinais do Campeonato Brasileiro A2, contra o Santos, às 21h.
Desde 2022, (2020 e 2021 não entram no levantamento, em função da pandemia de Covid), o rodízio de sedes tem sido a rotina das equipes mineiras na competição nacional, e pode ser considerado um dos fatores que compromete a presença de público nas partidas na capital mineira e na Grande BH.
Estádios utilizados pelos times de BH nos Brasileiros (A1 e A2), de 2022 a 2025
- Sesc Venda Nova: 23 jogos
- Arena Gregorão (Contagem) - 20 jogos
- Castor Cifuentes (Nova Lima) - 9 jogos
- Independência - 5 jogos
- Arena do Jacaré (Sete Lagoas) - 3 jogos
- Arena Vera Cruz (Betim) - 2 jogos
- Arena MRV - 1 jogo
- Arena Frimisa (Santa Luzia) - 1
“É claro que o Mineirão é a casa do Cruzeiro. É lá que o Cruzeiro fez grandes histórias, e o feminino quer pisar lá e fazer grandes histórias também. Mas precisamos buscar uma alternativa para o time feminino ter a sua casa e, principalmente, entender como viabilizar o acesso dos torcedores a esse local. Isso é muito importante para se criar uma identidade e faz parte de um planejamento para conquistar a nossa torcida”, destaca Bárbara Fonseca, gerente executiva do clube estrelado.
A depender de Pedro Lourenço, proprietário da Raposa, este desejo da gerente cruzeirense tem tudo para se tornar real. No início deste ano, durante a apresentação da equipe para a temporada, o empresário revelou que uma nova casa para as Cabulosas está na pauta.
“As nossas meninas só jogam fora, né? Sete Lagoas, Nova Lima, no Gregorão, que é aqui pertinho (Contagem). Por isso, tenho a ideia de fazer um estádio ou comprar um pronto para ser a casa delas e do sub-20 (masculino). Um estádio para umas dez mil pessoas. Atualmente, temos a dificuldade de ficar alugando e quero dar um norte para elas, bem-estar”, informou Lourenço, em fevereiro passado.
No caso do Atlético, tornar a Arena MRV o local fixo das Vingadoras esbarra em questões financeiras, na avaliação de Ricardo Guedes (foto abaixo). Mesmo que o feminino atuasse em jogos preliminares do masculino também como uma forma de aproximar as meninas da torcida.
“A realidade do futebol mudou muito, principalmente na última década. É preciso ter em mente que, não necessariamente, são as mesmas equipes envolvidas nos jogos. Isso impacta questões como segurança de mais de uma torcida visitante, além do cuidado com o gramado, exigências por parte das federações e confederações, disponibilidade de vestiários para homens e mulheres no mesmo dia, custos de operação. Mas, sem dúvida, a aproximação entre os times masculino e feminino é importante, pois o clube é um só”, descreve o gestor alvinegro.
O futebol feminino na TV brasileira
Em março deste ano, a Rede Globo e a Confederação Brasileira de Futebol renovaram o contrato para transmissão das partidas do futebol feminino até o fim de 2027. O novo acordo engloba os jogos da seleção brasileira e o Brasileiro A1, Estão previstas até 44 transmissões no SporTV e dez na TV Globo, neste caso, a partir das quartas de final.
A emissora transmite os confrontos do Brasileiro desde 2022. No entanto, ao ser perguntada sobre a audiência média no período, a empresa informou que “os dados não estão armazenados”.
Informou apenas que “a Globo vem crescendo, ano a ano, a transmissão de campeonatos e torneios femininos, na TV aberta e fechada. É um investimento e um compromisso com o fomento do esportes”.
O Brasileiro A1 também tem sido transmitido pela TV Brasil, emissora da Empresa Brasileira de Comunicação (EBC). Na primeira fase da competição, o canal público exibiu 29 partidas. Em relação às disputas do A2 e A3, serão veiculados apenas os confrontos das semifinais e finais.
“Podemos afirmar que a exibição do Campeonato Brasileiro Feminino vem trazendo cada vez mais espectadores para a TV Brasil. A audiência média em 2025 teve aumento de 29% em relação ao ano anterior. Esse resultado representa 54% mais audiência do que a média do canal no ano. Este resultado veio com 18% de aumento do alcance médio (de 122 mil domicílios por jogo para 144 mil) e 16% de aumento do tempo médio (o que representou uma média de 4 minutos a mais por partida)”, informa a TV Brasil, por meio de nota.
O comunicado explica, ainda, que a “Rede Nacional de Comunicação Pública, os números corroboram esse destaque. Já tivemos um aumento de 5% médio no alcance dos jogos do futebol feminino nas emissoras da RNCP, chegando a mais de 2,75 milhões de indivíduos (2.789.932), o que demonstra como o Campeonato Brasileiro Feminino está atingindo um público cada vez maior no país inteiro”.
Em seu posicionamento, a emissora avalia “como acertada a decisão estratégica da EBC que, desde o ano passado, apostou na ampliação do esporte feminino na grade de programação como uma diretriz na TV Brasil”.